Leia também o Guia da Série B 2013 clicando aqui.
É sábado, 26 de maio. Lá por setembro, você mal lembrará que foi campeão ou que perdeu o estadual, estará completamente mergulhado na Série A do Brasileiro. Depois de cinco meses de espera, vai começar o principal campeonato do Brasil. E nesse ano com uma paradinha para a Copa das Confederações. É o último Brasileirão pré-Copa, o 11º da era dos pontos corridos. Cada vez mais os clubes já sabem o que podem e o que não podem. E algumas realidades ainda vão mudar depois da Copa.
Num exercício de futurologia, o blog dá a cara a tapa e se propõe a prever o que cada time pode fazer no Brasileirão. Não é chute – bem, talvez um pouquinho – mas sim uma leitura com base em tudo o que foi apresentado até aqui. Dividi os clubes em quatro categorias: candidatos ao título, Libertadores, Sulamericana* (também chamada de zona neutra) e rebaixamento. Vamos lá?
*Os critérios da classificação para a Sulamericana mudaram, mas, por convenção, deixei a “área” com esse nome. Se preferir, chame de “limbo”.
Título: Corinthians, Fluminense, Atlético Mineiro e Botafogo.
Corinthians:
O Corinthians é ainda o melhor time do Brasil. É o mais entrosado, com o melhor elenco (mesmo que perca Paulinho), o que pode fazer contratações de peso a qualquer momento, incluindo desfalcar adversários. Campeão Paulista, o Timão entrará no Brasileiro sendo o alvo, mesmo depois de ter caído na Libertadores. E certamente irá querer provar isso.
Destaque: Tite, o comandante
Ponto forte: Elenco e entrosamento
Ponto fraco: ataque e guerra de vaidades – até aqui, bem controlada
No Brasileirão: Cinco títulos (último em 2011)
Em 2012: 6º colocado
Veja o goleiro Cássio falando dos favoritos para o Brasileirão:
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Fluminense:
Tudo que vale para o Corinthians vale para o Flu, mas em um pequenino nível abaixo. É o atual campeão brasileiro, segue na Libertadores (ao menos enquanto escrevo esse texto, antes dos jogos contra o Olímpia-PAR) e tem entrosamento, comandado ainda por Abel Braga. Lhe falta elenco e estrutura, em relação ao Timão. Corinthians e Flu, aliás, era a disputa mais esperada do BR-12, mas por outras prioridades, não ocorreu. Esse ano vai?
Destaque: Fred, o artilheiro
Ponto forte: Elenco e entrosamento
Ponto fraco: defesa e concentração
No Brasileirão: Três títulos (último em 2012)
Em 2012: 1º colocado
Atlético Mineiro:
Bernard deve ir ao Borussia Dortmund e isso certamente será um desfalque pesado. Mas o bicampeão mineiro entra no Brasileirão com uma alta expectativa e seu mais novo aliado: o Estádio Independência, pertencente ao América-MG, que, reformado, tem sido um caldeirão para o Galo. Ronaldinho alegre e motivado conta com a melhor dupla de volantes do Brasil, um bom ataque e um bom goleiro para brilhar.
Destaque: Ronaldinho, o gênio
Ponto forte: velocidade e mando de campo
Ponto fraco: concentração e atitude longe de MG
No Brasileirão: Um título (último em 1971)
Em 2012: 2º colocado
Botafogo:
Para muitos, será surpresa o campeão carioca entre os postulantes ao título; para quem viu os jogos do Fogão de Seedorf, nem tanto. O Botafogo é um time bem armado por Osvaldo de Oliveira, que marca muito e sai em velocidade. Tem uma grande liderança em campo, você sabe quem. Resta saber se terá fôlego financeiro e deixará a pecha de amarelão, carregada em épocas anteriores, ao longo de 38 rodadas.
Destaque: Seedorf, o maestro
Ponto forte: velocidade e marcação
Ponto fraco: mando de campo e elenco
No Brasileirão: Um título (último em 1995)
Em 2012: 7º colocado
Ouça Seedorf falando sobre o desempenho do Botafogo no ano até aqui:
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Libertadores: Grêmio, São Paulo e Internacional.
Grêmio:
Seja com Renato Gaúcho – especulado no Sul – seja com a manutenção de Vanderlei Luxemburgo, o Grêmio chegará forte para esse Brasileirão. O elenco, montado para a Libertadores, terá que dar a resposta no Nacional. Se Luxa ficar, terá que vencer a resistência de boa parte da torcida e da imprensa, que é extremamente crítica com o treinador.
Destaque: Zé Roberto, o incansável
Ponto forte: potencial de ataque
Ponto fraco: defesa e falta de identidade com a Arena Grêmio
No Brasileirão: Dois títulos (último em 1996)
Em 2012: 3º colocado
Ouça Barcos em apoio a Luxemburgo para seguir no Campeonato Brasileiro:
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São Paulo:
O Tricolor Paulista tem muito em comum com o Gaúcho: um elenco bom, mas que não deu resposta, mesmo sendo forte e um técnico questionado no banco. Ney Franco terá a missão de achar um jeito de colocar Jadson e Ganso juntos, além de domar o gênio de Luís Fabiano. Se conseguir, o São Paulo pode chegar à Libertadores. Senão, é daqui pra baixo.
Destaque: Jadson, o assistente
Ponto forte: meio de campo e estrutura
Ponto fraco: disciplina e estima
No Brasileirão: Seis títulos (último em 2008)
Em 2012: 4º colocado
Ouça Ney Franco falando em reciclar o São Paulo para o Brasileirão:
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Internacional:
O Inter fecha o time dos que podem até sonhar com o título e chegar a Libertadores sem grandes surpresas. Deve perder Leandro Damião, mas manterá D’Alessandro, Forlan e o técnico Dunga, que com o tricampeonato gaúcho, levantou a primeira taça em clubes. Além de tudo isso, pode trazer Robinho e Júlio Baptista. Só que terá que jogar em Caxias do Sul, longe do Beira-Rio, em reforma para a Copa.
Destaque: D’Alessandro, o hermano
Ponto forte: ataque e marcação
Ponto fraco: defesa e instabilidade
No Brasileirão: Três títulos (último em 1979)
Em 2012: 10º colocado
Sulamericana*: Cruzeiro, Coritiba, Flamengo, Atlético Paranaense, Criciúma, Vitória, Goiás e Ponte Preta.
Cruzeiro:
A Raposa abre a lista dos que devem ficar no meio da tabela, mas tem boas possibilidades de chegar mais acima. Montou uma equipe rápida, como jovens valores (como Éverton Ribeiro) e jogadores experientes (Borges, Diego Souza, Dagoberto). A jóia da coroa foi tirar Dedé do Vasco, um ano antes da Copa, quando o zagueiro tem que jogar tudo e mais um pouco para ser lembrado. Conta com Marcelo Oliveira no banco, um bom técnico, mas tímido na postura em campo. Pela primeira vez em muitos anos, inverte papéis com o Galo, ficando à sombra do rival.
Destaque: Dedé, o xerifão
Ponto forte: velocidade
Ponto fraco: falta ousadia e pode ter problemas de disciplina
No Brasileirão: Um título (último em 2003)
Em 2012: 9º colocado
Coritiba:
O Coxa vem cercando um título nacional há algum tempo, mas nas duas chances recentes que teve, bateu na trave – na Copa do Brasil. Por isso, para o Brasileirão, apostou na volta do ídolo Alex, na manutenção de Deivid, Rafinha e o ótimo goleiro Vanderlei e na chegada de Botinelli, que se machucou e não atuou na conquista do tetra estadual, em que o time foi muito irregular. O Coxa tem uma arma no mando de campo, mas também pode pagar pela juventude do técnico Marquinhos Santos (34 anos).
Destaque: Alex, o ídolo
Ponto forte: mando de campo e meio de campo
Ponto fraco: laterais e volantes
No Brasileirão: Um título (último em 1985)
Em 2012: 13º colocado
Flamengo:
O Flamengo foi um fiasco no Carioca, mas apostou no técnico Jorginho para remontar o time para o Brasileirão. O ex-auxiliar de Dunga recebeu jogadores que tem bom nível, mas sempre ficaram no “quase”: Carlos Eduardo, Elias, Renato Abreu, Léo Moura, Marcelo Moreno. Com o clube mais preocupado em arrumar a casa, com a nova diretoria, o Fla não corre riscos, mas será surpresa se chegar mais além.
Destaque: Rafinha, o prata da casa
Ponto forte: experiência
Ponto fraco: elenco mediano
No Brasileirão: Seis títulos* (último em 2009)
Em 2012: 2º colocado
*contando a Copa União de 1987
Veja a análise de Léo Moura sobre a ausência do Flamengo nas finais do Carioca:
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Atlético Paranaense:
O Atlético pode ser a grande surpresa deste Brasileirão, tudo por conta de uma estratégia inédita: uma (exagerada) pré-temporada de praticamente 5 meses. O Furacão ignorou solenemente o Estadual, jogando com um elenco só de garotos com menos de 23 anos (ainda assim, foi finalista) enquanto disputou um torneio na Europa e amistosos. Manteve a base do acesso na Série B-12, revelou jogadores interessantes e trouxe até um ex-Barcelona: Frán Mérida, que também passou pelo Arsenal. Mas ainda é Paulo Baier quem manda no time, que não tem o caldeirão da Baixada, em reforma para a Copa.
Destaque: João Paulo, o motorzinho
Ponto forte: velocidade e entrosamento
Ponto fraco: elenco mediano e falta de mando de campo
No Brasileirão: Um título (último em 2001)
Em 2012: 3º colocado na Série B
Ouça o diretor de futebol do Atlético, João Alfredo, falando sobre o Brasileirão:
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Criciúma:
O campeão catarinense não fará feio na sua volta à Série A. O Tigre conta com a base que subiu em 2012, mas perdeu o atacante Zé Carlos, o Zé do Gol. Conta com jogadores conhecidos no elenco: os atacantes Marcel e Tartá, o zagueiro Thiago Heleno e o meia Daniel Carvalho. No banco o técnico Vadão, que deve armar os ferrolhos de sempre.
Destaque: Tartá, o ousado
Ponto forte: estrutura e mando de campo
Ponto fraco: elenco mediano
No Brasileirão: 14º em 2003
Em 2012: 2º colocado na Série B
Vitória:
O Leão entra animado no Brasileirão, muito por conta das duas goleadas históricas no rival Bahia que renderam a conquista do Estadual. Mas é pouco: o rubro-negro precisa se reforçar para dar ao bom técnico Caio Jr. condições de sonhar mais. O ambiente político também não deve ajudar o Vitória, que nos bastidores vê a guerra entre o atual presidente, Alexi Portela Jr., e Paulo Carneiro, que quer voltar ao clube.
Destaque: Dinei, o matador
Ponto forte: marcação
Ponto fraco: elenco mediano
No Brasileirão: vice-campeão em 1993
Em 2012: 4º colocado na Série B
Goiás:
A base que ganhou o bicampeonato da Série B e a manutenção do técnico Enderson Moreira são os trunfos do Goiás para impedir um “bate-e-volta” para a Série B. O clube, um dos mais bem estruturados do Brasil, vai brigar contra a queda, mas tem potencial para safar-se com facilidade do risco e garantir-se na Sulamericana 2014. As “eternas promessas” Dudu Cearense e Renan Oliveira comandam o meio campo.
Destaque: Harley, o eterno
Ponto forte: entrosamento
Ponto fraco: elenco mediano
No Brasileirão: Terceiro lugar em 2005
Em 2012: 1º colocado na Série B
Ponte Preta:
A Ponte comemora o título de melhor do interior paulista (mesmo sem sê-lo, pois o Mogi Mirim foi semifinalista) que, de certa forma, atesta o bom momento do clube. Para o Brasileirão, a aposta na Macaca é humilde: chegar à Sulamericana. A vantagem do clube é a sequencia de trabalho, desde a época de Gilson Kleina, hoje no Palmeiras.
Destaque: Alemão, o gingado
Ponto forte: entrosamento
Ponto fraco: poderio financeiro para reforçar/manter peças
No Brasileirão: Terceira em 1981
Em 2012: 14ª colocada
Rebaixamento: Santos, Vasco, Náutico, Portuguesa e Bahia.
Santos:
Se enquanto você lê este texto Neymar ainda for jogador do Peixe, ignore as chances de risco e coloque o Santos entre Cruzeiro e Coritiba. Neymar é mais que meio time, que ainda não viu Montillo decolar e conta com a má-fase pessoal de Muricy Ramalho, que passou por problemas de saúde e não conseguiu dar padrão ao Peixe 2013. Caso Neymar realmente tenha deixado o clube, se você for santista, prepare-se: o ano será longo. O elenco envelhecido e os reforços que não emplacaram são os principais rivais do time do litoral paulista. O risco realmente existe.
Destaque: Neymar, o desejado
Ponto forte: Neymar, o craque
Ponto fraco: o resto do elenco, com raras exceções (Arouca, Miralles e – talvez – Montillo)
No Brasileirão: Dois títulos (último em 2004)
Em 2012: 8º colocado
Ouça Muricy Ramalho falando sobre a possível perda de Neymar:
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Vasco:
A nau de Paulo Autuori está ameaçada de afundar. O Vasco vive um momento duríssimo, após um Cariocão frustrante, com problemas financeiros e jogadores que deixaram o clube. A aposta foi feita, dentro dos padrões do clube, em um elenco modesto e na manutenção de três nomes: Bernardo, Carlos Alberto e Eder Luis. A esperança vascaína está neles e na camisa.
Destaque: Bernardo, o rebelde
Ponto forte: camisa
Ponto fraco: elenco mediano, dificuldades financeiras e possibilidades de indisciplina
No Brasileirão: Quatro títulos (último em 2000)
Em 2012: 5º colocado
Náutico:
O Timbu é mais um candidato ao rebaixamento, após um estadual ruim, em que foi obrigado a disputar desde o começo enquanto os rivais jogavam a Copa do Nordeste – culpa do próprio clube, que não se classificou para o Regional. Perdeu tempo, dinheiro e parâmetro, saindo derrotado dos clássicos com Santa Cruz e Sport. O técnico Silas vai ainda pegar um time que não contará (a princípio) com o caldeirão dos Aflitos, já que o clube passará a jogar na Arena Pernambuco.
Destaque: Rodrigo Souto, o destaque
Ponto forte: único time pernambucano na Série A
Ponto fraco: elenco fraco e adaptação ao novo estádio
No Brasileirão: Sexto em 1984
Em 2012: 12º colocado
Portuguesa:
A Lusa chega a Série A depois de conquistar a Série B… do Paulista. O time, em 2012, conseguiu a proeza de se manter na elite nacional e cair no estadual. Assim sendo, perdeu em atratividade, competitividade e, claro, dinheiro para a disputa do Brasileirão. O elenco é formado por jogadores que conseguiram o título da Série A2 e buscam um lugar ao Sol – o que pode ser um trunfo, afinal.
Destaque: Souza, o polêmico
Ponto forte: vontade
Ponto fraco: elenco desconhecido e falta de parâmetro de competição
No Brasileirão: vice-campeã em 1996
Em 2012: 16º colocado
Bahia:
A previsão para o Bahia é a mais negra possível neste início de Brasileirão. A estreia na nova casa não poderia ser pior e a Fonte Nova custou dois técnicos em menos de dois meses ao Tricolor, que vive crise política, econômica e moral, com o rompimento com a torcida. O elenco é recheado de jogadores rodados, como Titi, Souza, Fahel, Toró e outros mais. A curiosidade é contar com o americano Freddy Adu, que foi tratado como “novo Pelé” quando jovem, e chegou na troca por Kléberson com o Philadelphia Unión.
Destaque: Obina, o Eto’o
Ponto forte: sua torcida
Ponto fraco: elenco fraco, clube rachado, ambiente instável
No Brasileirão: Um título (último em 1988)
Em 2012: 15º colocado
Veja o presidente do Bahia, Marcelo Guimarães Filho, falando sobre a crise no clube:
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