“Vem pra rua” foi o hit da Copa das Confederações. Os protestos políticos esfriaram, mas a relação deles com o futebol ainda não terminou. Neste domingo (21), o Atlético recebe o Corinthians na Vila Capanema, em Curitiba. Na mesma data, torcedores organizam um protesto contra a situação atual do time e, por que não dizer, do clube.
Vice-lanterna do Brasileirão, o Furacão passou os primeiros 5 meses do ano em pré-temporada. Os resultados não vieram. De quebra, o maior rival, Coritiba, é o atual líder do campeonato sem ter aberto mão do Estadual – vencido pelo Coxa pela quarta vez consecutiva. Sem informações do clube que não sejam as oficiais, o torcedor ainda teve que aguentar um aumento de R$ 50 para os sócios, que já pagam mensalidade, usarem lugares cobertos na Vila Capanema, estádio que o clube alugou para a Série A. A derrota no Atletiba 357 esgotou a paciência da torcida, que promete ir às ruas reivindicar promessas da campanha eleitoral.
Pelo menos é a ideia de Roni Rodrigues, faturista de 23 anos, torcedor do Atlético que é sócio do clube e teme novo rebaixamento, como em 2011. Ele mantém uma página de torcedores no Facebook com quase 8 mil pessoas chamada “Jofre Cabral”, nome de um dos mais importantes presidentes do clube. “Queremos o nosso Atlético de novo, o verdadeiro Furacão. O torcedor está cansado, está inseguro e queremos mudança, estamos com sede de mudança”, diz. Até o momento deste papo, quase 600 pessoas confirmaram que irão para a frente do estádio do clube, antes do jogo contra o Timão.
Rodrigues afirma que o protesto é apolítico – fato raro na vida do Atlético, com grupos bem divididos sempre às turras por conta do gênio do presidente Mário Petraglia. “Eu não faço parte de nenhuma torcida organizada, não conheço e nem tenho contato com nenhum diretor. Hoje o principal problema do Atlético é o futebol. Amargamos o meio da tabela ou brigando para não cair e é o que mais irrita o torcedor.”
O mote do protesto é o cartaz acima, que reúne promessas de campanha da Chapa “CAP Gigante”, que levou Petraglia de volta ao poder. “Será colado ao redor da Arena da Baixada com todas as promessas do nosso presidente e que até agora está deixando a desejar.” Petraglia, figura que mudou o status quo do Furacão, transformando um clube regional em uma potência nacional, desagrada a muitos pela personalidade forte e decisões centralizadoras, “O Atlético não tem dono e conta com uma torcida que deve ser ouvida, ele esquece disso”, diz o torcedor.
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