Minas Gerais contra a Alemanha

Mais que uma convocação geral para o jogo desta terça-feira, quando a Seleção Brasileira vai precisar e muito da força das arquibancadas, o torcedor mineiro irá ver em campo um de seus maiores algozes: o futebol alemão.

Pode ser algum laço espiritual, um resquício inexplicado do Pangeia ou apenas o que é mais óbvio, uma grande coincidência. Mas os principais momentos do futebol mineiro foram contra alemães. E mesmo quando o encontro não ocorreu, foi a Alemanha quem comemorou.

Essa história começa em 1976. A Alemanha havia sido campeã do Mundo em 74 e o Bayern de Munique era a equipe mais vitoriosa da Europa. Tricampeão da Champions League, o Bayern iria encarar o Cruzeiro na decisão intercontinetal. 

Cruzeiro x Bayern: alemães no caminho dos mineiros

O time de Raul Plassmann, Nelinho, Piazza, Jairzinho e Palhinha venceu a Copa Libertadores e teria uma chance que o aargentino Independiente não tivera, de desbancar o time alemão. No ano anterior, o Bayern de Backenbauer, Sepp Maier, Rummennigge e Gerd Muller não quis disputar o torneio. Após vencer por 2 a 0 em Munique, o Bayern foi ao Mineirão, palco de Brasil e Alemanha neste 2014. E segurou um 0 a 0 para comemorar o título Mundial.

Levou tempo até que uma equipe mineira ganhasse nova chance de consagração mundial. Mas ela veio, em 1997, após uma campanha irrepreensível do mesmo Cruzeiro na Libertadores. Quis o destino, no entanto, que novamente o obstáculo final de um time de Minas para o título do Mundo fosse um alemão. Desta feita, o Borussia Dortmund. O time amarelo não tinha nenhum grande destaque. O principal nome era o suiço Chapuisat, além do volante brasileiro Julio César. O Cruzeiro venceu a Libertadores e chegaria até com um certo favoritismo, não fosse um erro histórico. No hiato entre uma decisão e outra, a diretoria celeste achou por bem reforçar a equipe apenas para a decisão do Mundial, agora disputada em jogo único no Japão. Chegaram o lateral-direito Alberto (que não jogou) e o zagueiro Gonçalves e o atacante Bebeto, que atuaram. O grupo titular, claro, não gostou. O time não rendeu e a derrota por 0 a 2 sepultou as chances mundiais da Raposa mais uma vez.

Em 2013 o Atlético Mineiro surpreendeu a todos e, no sufoco, ergueu seu troféu da Libertadores. Uma campanha memorável, marcada pelos jogos no Horto – o estádio Independência – e pelas defesas milagrosas de Victor, hoje goleiro reserva da Seleção. O time de Ronaldinho e Jô passou a pensar no Mundial de Clubes, já em novo formato, referendado pela Fifa e com mais jogos que na época do Cruzeiro.

E quis o destino mais uma vez que outro alemão estivesse no caminho mineiro. O Bayern de Munique, de Schweinsteiger, Toni Kroos, Thomas Muller e muitos outros que estarão em campo nesta terça, ergueu a Champions League e também iria ao Mundial. Novamente Minas Gerais iria jogar seu sonho Mundial contra a Alemanha – e contra um time que é a base da atual seleção alemã. Curiosamente, o Galo é o time brasileiro que mais empresta jogadores ao atual Brasil. Apenas dois dos 23, mas o que equivale a metade dos jogadores que atuam no futebol nacional.

O encontro contra o Bayern, porém, não aconteceu. O Atlético-MG acabou surpreendido pelo marroquinho Raja Casablanca nas semifinais do Mundial. Uma surpresa que impediu a revanche mineira, pelo menos até esta terça, quando a camisa amarelinha estará desfilando no Mineirão justamente contra os algozes dos sonhos mineiros.

Será que chegou a hora de Minas Gerais? 

 

Exclusivo: “Vai ser positivo, vamos nos unir”, diz chefe da delegação sobre Neymar

Vilson Andrade: "Temos força para ganhar sem Neymar"

E agora Brasil, sem Neymar? Vilson Ribeiro de Andrade chefe da delegação brasileira na Copa 2014 garante que o pior já passou. O susto e a consternação pela saída do craque da Copa podem virar energia. O presidente do Coritiba atendeu gentilmente a reportagem do Terra na noite deste sábado, logo após a definição das semifinais do Mundial. Confira o papo.

Como ficou o espírito da Seleção com saída de Neymar?

Olha, ontem a gente fez uma viagem complicada, por que saímos de Fortaleza e não tínhamos informações do que tinha acontecido. Fomos obtendo contatos indiretos. Preparamos o avião, ele veio conosco, foi uma preocupação grande. Depois de 3h de voo, chegamos aqui [Teresópolis, RJ] era perto da 1h da manha, e o ambiente foi melhorando. Ele já estava melhor, dormiu bem. Amanheceu, almoçou com os colegas, conversou com todos. Melhorou muito. O pessoal se comprometeu muito em brigar por ele. Acho que vai ser muito bom, positivo, vamos nos unir mais.

Cá entre nós, o Felipão está obviamente chateado com a perda, mas ele chega a gostar desse tipo de dificuldade, não?

Ele consegue trabalhar muito bem com isso. Trabalha muito o campo, o lado psicológico. Ele conhece o grupo e tem o grupo na mão. É um passo fundamental para o sucesso. É difícil você ver isso. O Brasil na realidade tem um grupo. O Neymar é fabuloso, fantástico… mas na dificuldade… eu vi uma frase assim “talento ganha jogo, grupo ganha campeonato”. A ausência vai ser sentida, mas quem ganha campeonato é grupo. Esse é o sentimento aqui. Todos estão sentidos, mas estão aqui porque são os melhores do país. A vida não para, e nós temos condições de ser campeões, estamos no nível de todos. A diferença é muito pequena entre os times.

E os alemães, será que gostaram da notícia, a parte o lado pessoal de ser uma lesão?

Isso é relativo. Tivemos [Coritiba] uma final contra o Palmeiras na Copa do Brasil,  que no dia o principal jogador deles, o Barcos, teve apendicite e foi operado de emergencia. Entrou o quarto centroavante deles [Betinho], que não jogava nem aqui com a gente e acabou fazendo o gol do titulo, foi decisivo. Ninguém pensava, ninguém esperava, é relativo. As vezes quem entra tem sucesso, as vezes não tem. Os alemães vão jogar no modelo deles: técnica, tática e disciplina.

E hoje, quando tudo acalmava, teve o problema com o Marcelo, que perdeu o avô…

É… mas o avô já estava doente, num processo de câncer… já tava internado, ultimamente hospitalizado, desenganado. A morte foi sentida, mas ele já estava esperando. Ele resolveu ficar, não ir pro velório. Disse que é a ultima semana e quer a cabeça aqui.

Outro episódio que deu o que falar foi a reunião do Felipão com alguns “papas” da imprensa. Como foi isso aí dentro?

Na realidade as coisas acontecem sempre… bem, tem definições pessoais que você tem que ter na vida. E você tem pessoas com quem tem liberdade, consideração, amigos mais chegados. E no fundo foi isso. Ele conversou com os amigos, com quem tem relacionamento bom, nada dirigido, muito mais nessa linha de relacionamento. E interpretaram mal, porque não participaram. Mas ele resolveu fazer um bate-papo pra trocar ideias, dentro de um processo natural. Como um café com amigos, pra conversar. Nenhum objetivo específico. As vezes você quer falar com A ou B, não com todo mundo. E o Felipão tem um lado afetivo muito grande, é muito leal, tem sentimento. É muito humano, sensível até, diferente do que parece.

Ele conversou mesmo que gostaria de ter um substituto, uma troca no grupo de jogadores?

Não. A visão é diferente. Ele quis dizer que queria ter oportunidade de ter uma substituição, porque durante a competição muda o conceito de tática, de modelo de jogo. E as vezes você tem que readaptar com outro jogador. Não que esteja insatisfeito com alguém, mas algo para mudar agora. Olha, o Van Gaal acabou dizendo que ele tinha razão, Você sente a necessidade de um jogador diferente pra um modelo tático diferente, talvez não previsto, porque a competição muda. Ele falou conceitualmente, não sobre uma pessoa. A mesma coisa agora, porque que não se pode substituir um jogador lesionado, como Neymar e Di Maria? A Fifa não permite. Mas é conceitual.

Sobre a postura do Thiago Silva nos pênaltis contra o Chile: eu entendo a emoção depois do jogo, mas antes ficou uma coisa meio “capitão-do-navio-italiano”…

Você tem que respeitar o momento das pessoas. Tem quem não gosta de olhar. É uma decisão pessoal. Tem quem baixa a cabeça, quem vira… é uma reação humana. Não tem protocolo pra obedecer naquela hora. A vida não pode ser assim, “você é capitão, você tem que estar lá e levar o primeiro tiro”. Naquele momento ele reagiu assim. A gente respeita.

Mas o Paulinho assumiu outra postura.

Mas veja, essa são atitudes que as pessoas assumem no momento. A liderança vem no momento inesperado, em que de repente alguém tem uma reação inadequada e o Paulinho assumiu, O Victor, por exemplo, passou o crucifixo para o Julio e disse, “com esse aqui eu peguei aqueles pênaltis no Atlético Mineiro”. Todos se ajudam.

Aquilo acabou passando um recibo de que a pressão estava muito alta. Ainda está?

O problema não é esse. Era sair antes da semifinal, porque seria uma vergonha, a gente tem essa preocupação toda. Não que tenha diminuído agora, mas é uma situação diferente. Agora são as quatro melhores do Mundo. Na realidade é isso, se saísse… bem, havia uma expectativa muito grande. O pessoal bateu no Parreira pq ele falou que é favorito. Ele não podia dizer que não era! Como não é, se é cinco vezes campeão e joga em casa!? Tem que falar. Mas havia uma pressão pra não passar vergonha. Agora já entra num nível de competição que em 2 partidas pode ser campeão do Mundo.

E quem vai ser o novo Amarildo?

Olha… não sei. Amanhã vou saber. Amanhã ele vai fazer treinamento. Tem possibilidades, tem o William, talvez outro modelo… o normal é entrar o Willian, ele tá bem, a pancada não foi nada. Volta o Luis Gustavo né, pela direita tem o Fernandinho, o Oscar, talvez Willian, Hulk e Fred, talvez seja isso. Mas vamos ver.

Está gostando da Copa?

Está surpreendentemente acima de todas as expectativas. Principalmente pela imprensa internacional, que colocou muitas dificuldades e agora é uma das melhores dos últimos 30 anos. Em campo, tudo muito igual, olha a Holanda com Costa Rica, pênaltis. Brasil teve jogo difícil, Argentina fez 1 a 0 e ficou segurando. A própria Alemanha, ganhou de 1 a 0 só, muito equilibrado. Estádios cheios, os aeroportos estão sem problemas, o jeitinho brasileiro resolveu. De uma forma geral, a Copa é um sucesso e é bom para o Brasil.

Qual seria a final do sonhos?

Brasil x Argentina, e ganhar deles. É que nem Atletiba, mas eu não quero ser vice não. Seria legal. Pra mim seria uma honra ser campeão. Fechar com chave de ouro minha passagem no futebol, só 4 anos e meio desde que peguei o Coritiba quebrado. Meu sonho era dar um título maior ao Coritiba, mas dei a minha contribuição. Mas se der seria muito bom pro povo. Impressionante ver as crianças e jovens, e os jogadores são meninos. A gente ve o carinho a seleção foi adotada por cada brasileiro.

O Brasil é maior que Neymar

Procure Neymar na foto acima. Há vida sem ele

Rei morto, rei posto.

Ainda choramos (nós, os que gostamos do bom futebol) a perda de Neymar. Assim como Falcão Garcia, Ribery ou Ibrahímovic, tornou-se um craque fora da Copa. Pior, com ela em andamento. Mas Neymar já é passado. Está fora.

O Brasil, não. O Brasil está dentro das semifinais e vai fazer aquele que só não é o maior clássico das Copas porque o destino quis que só se encontrassem uma vez antes da próxima terça. A Alemanha é a seleção que mais chegou à finais, ao lado do Brasil. É a que mais jogou partidas, enquanto que o Brasil é o que mais disputou copas. E já venceu cinco, contra três dos rivais. Das cinco, Neymar não estava presente em nenhuma. A última foi contra a Alemanha, no único encontro entre ambos.

Sim, há – ou havia – a “Neymardependência”. E quem não depende de seu craque? Sem Messi a Argentina teria tropeçado no Irã, talvez não tivesse passado pela Suiça. Sem Robben a Holanda não teria passado pelo México. É assim em todo lugar, o craque é decisivo. Mas o futebol é feito de equipe, onze contra onze.

O Brasil tem bons jogadores. Tem a melhor defesa do Mundo, mesmo sem Thiago Silva, amarelado infantilmente. Terá possivelmente Dante (não invente, Felipão), que treina diariamente com Schweinsteiger, Muller, Gotze e outros mais no Bayern de Munique. Terá Luiz Gustavo, que levou o Wolfsburg à Liga Europa após ser preterido por Guardiola no mesmo Bayern. Terá Fernandinho, campeão inglês pelo City, Paulinho, campeão da Libertadores no Corinthians, Oscar e Hulk, destaques de Chelsea e Zenit nas últimas edições da Champions League. Está longe de ter um time fraco.

Felipão, obviamente, não está feliz com a grave lesão de Neymar. Mas em seu íntimo sabe que conseguiu o trunfo que precisava. É um técnico que precisava de um vilão desde o começo da Copa, como fez com a Espanha no ano passado. Tentou a arbitragem, não deu; tentou a imprensa, não deu. Ao perder o ídolo, poderá usar isso como trunfo. Ao contrário do que pensamos (pensamos?) os outros 22 jogadores não são ratos. Contra a Colômbia, Neymar esteve sumido e o time deu a resposta após o momento de fragilidade emocional. São homens de brio e sabem se virar sem Neymar. E vão mostrar isso.

O Brasil joga em casa. Os simpáticos alemães, que nos desculpem, passarão a condição de inimigos desde já. A ausência de Neymar colocou o Brasil contra a parede. E o povo irá reagir. Se falta uma canção, sobrarão vaias em Belo Horizonte a cada passe alemão. A cada condução de bola de Khedira, vaias. A cada passe de Ozil, vaias. Uma emoção que os europeus não estão acostumados. O clima de Libertadores, que Felipão conhece bem, é hostil demais para a civilizada Champions League. Jogar em casa é isso. Os brasileiros falam a lingua do povo, comem arroz com feijão, têm a família ao lado, gostam do clima, do ar, da bandeira e do hino. Os alemães são simpáticos convidados, agora serão convidados a se retirar.

O Brasil é maior que Neymar, não tenha dúvidas. O menino ainda terá carreira longa, poderá ser campeão sendo o protagonista futuramente. Mas essa Seleção que ai está tem outros trunfos para vencer a Alemanha e quem vier pela frente. É verdade que sem o craque este pode ser um time comum.

Mas, afinal, qual time é comum sendo Brasil?

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O choro não é livre

Julio Cesar chora antes dos pênaltis: alta pressão (Imagem: reprodução)

As imagens de Julio Cesar chorando antes da decisão por pênaltis contra o Chile, nas oitavas de final, e as de Neymar deitado no campo, saindo amparado por Felipão após a vitória, deixaram muito claro o tamanho da pressão que esse grupo de jogadores está carregando, se é que alguém ainda não havia percebido. E, infelizmente para os brasileiros, ficou a impressão de que esse grupo não conseguirá suportá-la até o final.

O choro, caro leitor, não é livre para esses 23 homens e a comissão técnica. O esporte de alto rendimento em geral pode ser resumido pela excelência da execução dos movimentos treinados. O ser humano não é uma máquina. Os atletas da Seleção têm, ao menos em média, um alto grau de capacidade técnica. Tem-se discutido muito o aspecto tático do time de Scolari, mas ontem o Mundo viu que a Seleção Brasileira carece mesmo é de reforço emocional.

Julio Cesar foi fantástico nos pênaltis. Pegou dois e – pode olhar no ângulo de trás do gol da última cobrança – induziu Jara a forçar o chute, o que resultou no tiro na trave. Mas, convenhamos, era apenas a partida de oitavas de final. O Chile foi um grande adversário, mas está longe de ser o mais perigoso ou qualificado no caminho do título. E o emocional da Seleção deu sinais de fraqueza na decisão. 

Dirão, “Mas o Brasil venceu, você mesmo disse que Julio foi fantástico!” É um fato. Como é fato de que o Brasil sentiu demais a lesão de Neymar, sumido no segundo tempo, e que terminou o jogo com a coxa inchada. Fosse qualquer outro jogador e Felipão teria substituido. Mas não Neymar. Se o técnico da Seleção tirasse o craque da partida, o Mineirão iria murchar, com a sensação da derrota iminente. Felipão acertou ao mantê-lo, mesmo jogando com um a menos, numa decisão parecida com a de Zagallo na final de 1998. Mas errou ao não tirar Oscar, ao não assumir o risco 100%. Deixou a substituição na manga para sacar Neymar apenas se este estivesse a beira da morte. Não confessará publicamente, claro, mas a própria coletiva prometendo mais agressividade deu a deixa: Felipão se sentiu acuado.

Essa é uma Seleção que chora demais. Chora porque é jovem e já tem uma responsabilidade do tamanho do Planeta nos ombros. Chora porque o Brasil já perdeu uma Copa em casa e todos sabem o que foi da vida de Barbosa e os demais após 1950. Chora porque sente que talvez não esteja a altura do desafio. Chora porque até mesmo o torcedor está acuado, falta vibração, e isso chega ao gramado. Mas, repito, o choro não é livre.

A CBF já deve ter percebido isso. Ainda há tempo para reverter esse quadro. O Brasil não é a Alemanha, que em 2006 aplaudiu uma derrota na semifinal em casa pois reconheceu ali o esforço. É cultural do brasileiro dizer que o vice ou uma boa campanha não valem nada. Mas é preciso pensar no que vem por aí e ajudar a diminuir a pressão. Se perder, perdeu. Neymar seguirá sendo o nome para os próximos anos. A geração ofensiva não é boa, mas a defensiva é. Julio Cesar não poderá ser condenado, como adora-se fazer por aqui, por conta do desempenho esportivo. É curioso imaginar que o brasileiro vê em Rubens Barrichello um fracassado, mas exalta Schumacher como um gênio, descartando o fato de que Rubinho era o segundo melhor do Mundo no período, como se isso nada valesse. É importante mudar essa cultura, como legado para o país.

Internamente, muita conversa e cabeça no lugar. Chorar tudo que precisar no ambiente interno. Suportar a pressão. Mirar o título. Não mostrar fraqueza e puxar a corrente de dentro pra fora. É possível e esse grupo tem potencial.

Não pode é deixar tudo ruir por medo do erro, do fracasso. Quem viu Brasil x Chile sabe que um time mais tarimbado, uma Alemanha, Holanda ou Argentina, teria enquadrado a Seleção sem dó. O susto só valeu se houver resposta imediata na atitude dos 23 homens do Hexa.

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Argélia jamais perdeu para a Alemanha (Foto: AFP)

Estão chegando as oitavas de final e se muita gente se escora no retrospecto para dar favoritismo ao Brasil contra o Chile, a Alemanha que se cuide: é no jogo contra a Argélia que reside a maior chance de zebra desta fase, ao menos nas estatísticas.

Se formos levantar os confrontos passados entre os 16 oitavos-finalistas da Copa 2014, teremos Brasil, Argentina e Bélgica pintando como favoritos, França e Alemanha a perigo e equilíbrio no resto. É verdade que a história não entra em campo, mas quem gosta e acompanha futebol sabe que a tal “asa negra” existe. Não é incomum ver um time superior ao outro acabar perdendo na camisa ou na força estranha que submete uma freguesia à uma equipe.

Por isso, olho aberto em Alemanha x Argélia. O supertime alemão está mais do que ameaçado. Até hoje, em dois jogos, duas vitórias argelinas. A mais memorável delas foi na Copa de 1982, na Espanha. Os futuros vice-campeões mundiais perderam para a colônia francesa ainda na primeira fase, 2 a 1.

França e Nigéria também pinta como possível zebra. Em apenas um confronto na história, um amistoso, deu Nigéria: 1 a 0. O futebol sem compromisso dos nigerianos pode ajudar o time de Benzema, mas a chance da equipe africana marcar mais de um gol, existe. Que o diga a Argentina. Quem também deve abrir o olho é a Holanda. Em seis jogos contra o México, leva ligeira vantagem, 3 vitórias contra 2 dos mexicanos. Mas na Copa de 1998, na França, deu empate. Um belo 2 a 2 depois de a Oranje abrir 2 a 0. Além de tudo isso ainda há outro tabu. Nunca uma seleção européia venceu um Mundial na América do Sul. 

Os sul-americanos, com quase 100% de aproveitamento em classificações (faltou o Equador), tem a história ao seu lado, mas também acabarão se eliminando. O Brasil, como já é sabido, encontrou o Chile em três copas, com três goleadas: 4 a 1 em 1998 e 3 a 0 em 2010 na África do Sul, ambas nas oitavas, mais um 4 a 2 na semifinal em 1962, na casa chilena. Quem passar pega Colombia ou Uruguai, que fazem duelo equilibrado, com vantagem uruguaia. São 18 vitórias celestes contra 11 dos Cafeteros, com outros 9 empates. Em 1962, na primeira fase, deu Uruguai, 2 a 1.

A Argentina, então, deu sorte. Nunca perdeu para a Suíça, com seis confrontos entre os times. Em 1966, na Inglaterra, 2 a 0 na primeira fase. Ainda tem outras 3 vitórias e 2 empates, tendo marcado 14 gols e sofrido apenas 3 gols. Outra favoritíssima é a Bélgica. Em 5 jogos contra os EUA, 4 vitórias, sempre em amistosos. Mas a única derrota aconteceu na Copa de 1930, a primeira, no Uruguai: 3 a 0 para o time do Tio Sam. Se depender de jogos oficiais…

Costa Rica e Grécia jamais se enfrentaram. A história passará a ser escrita nessa série de oitavas. Para quem acredita em tabus, um prato cheio.

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Pobre Cristiano Ronaldo

"Injustiça", dizia Cristiano, que não terá glórias com a camisa de Portugal

Pobre menino rico.

Pobre Cristiano Ronaldo, gênio, craque, ídolo, que nunca será o que Eusébio foi para Portugal com a terceira posição na Copa de 1966. Será sempre o genial Ronaldo do Manchester, do Real.

É verdade que ele não ajudou muito nessa Copa de 2014. Chegou ao Brasil machucado depois de uma temporada fantástica pelo Real Madrid, consagrada com o título e a artilharia da Champions League. Mas é mais verdade ainda que desde a chegada como coadjuvante de Kléberson ao Manchester United até a conquista de La Décima, Cristiano sempre teve grandes equipes ao seu dispor nos clubes. Nos clubes, nunca na Seleção.

Faltará sempre a Cristiano Ronaldo uma conquista com seu país para que lembrem dele como lembramos de Maradona, Zidane, Beckenbauer, Ronaldo, Romário e, claro, Pelé. Seu concorrente mais direto, Lionel Messi, tem a mesma carência, mas tem na Argentina um time muito mais completo do que o gajo na esquadra lusitana.

Salvo uma reviravolta impressionante, daquelas que nos fazem amar o futebol, Cristiano Ronaldo se despedirá da Copa 2014 nesta quinta-feira. Precisa conduzir Portugal a uma goleada contra Gana; precisa torcer para que os EUA percam para a Alemanha, em jogo em que o empate classifica ambos: o forte time alemão e a boa equipe americana, montada pelo alemão Jurgen Klinsmann. Se essa reviravolta não vier, Ronaldo estará fora.

Vão dizer que ele amarelou, vão dizer que é fruto do marketing, que se preocupa mais com o cabelo do que com o jogo. Pura bobagem, pura inveja. Cristiano Ronaldo é gênio, mas tem namorada modelo, anda nos melhores carros, fecha os melhores contratos de publicidade e reune desafetos por isso. Não são esses os problemas de Ronaldo.

O problema de Ronaldo é olhar para o lado e não encontrar ninguém que possa ajudá-lo a conduzir a seleção portuguesa. Talvez Nani; certamente não Pepe. Uma andorinha só não fará verão, isso já é certo. Sem ninguém ao lado, Ronaldo já viu Portugal fracassar em três Eurocopas, uma em casa contra a Grécia, outra marcante contra a Espanha, nos pênaltis, na foto acima. Um vice, um terceiro lugar. Nas Copas, apenas um quarto lugar em 2006. Quase Eusébio, mas pouco ainda.

Ronaldo não terá uma Copa pra si. Em 2018, aos 33, possivelmente não estará mais no auge físico e técnico.

Ronaldo tem quase tudo. Mas não terá essa glória por Portugal.

Pobre menino rico.

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É a Copa do Mundo, um monte de craque jogando um bolão, já dizia aquele jingle. Na TV, Copa, na Internet, Copa, nos jornais, Copa, nas rádios, Copa. Porque deveria ser diferente com a publicidade?

Não deveria – mas também não deveria ser regra. Nem tudo que gira nos comerciais é bem-sucedido como a música do banco ou a propaganda de cerveja que zoa os países adversários. Há de tudo, desde patriotada oportunista, tentando ser ‘tudo de bom’ com o Brasil, até senso de oportunidade de faturamento junto aos gringos.

Comecemos com esse anúncio abaixo, de uma conhecida loja de materiais de construção, que decidiu fazer uma promoção de duchas:

Vai tomar banho? Então vista a camisa da Seleção

Sabemos que tomar banho todos os dias é coisa de índio e por isso os europeus usam tanto perfume. Mas era realmente necessário contar com um sujeito vestido com a camisa da Seleção para uma promoção de duchas e aquecedores? Ah, a Copa…

Há também a chance de se faturar mais com os turistas. Cigarro, por exemplo, é um artigo muito caro fora do Brasil. Logo, nada mais justo que deixar o “menu” em cinco linguas, destacando o quão mais barato o produto é aqui, em relação ao país de origem do consumidor:

Tabela de preços faz questão de dizer que no Brasil é muito mais barato

A imagem não permite – propositalmente – a leitura precisa, mas dá para entender que a marca ressalta que o preço do cigarro em questão no Brasil é quase cinco vezes mais barato que nos EUA (R$ 6 x R$ 31, já convertidos). Bela chance pra muita gente de fora levar fumo.

O ramo de entretenimento adulto masculino também está em alta. Apesar desta profissional não estar faturando alto (vale ler esse interessante relato), as casas noturnas não cansam de ressaltar a oportunidade de casar dois prazeres masculinos.

Que tal ver uma pelada com a gente?

Em inglês, para facilitar o acesso.

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‘Elite branca’ detona a Copa nos EUA

"Americanismo" combate crescimento do futebol nos EUA

O jocoso termo ‘elite branca’ surgiu após as vaias de torcedores presentes à Arena São Paulo destinadas a presidente Dilma Rousseff, mas talvez se aplicasse mais à um pequeno grupo de norte-americanos que resolveu detonar o crescimento exponencial do futebol na terra do Tio Sam. O articulista Kyle Segall é um deles. Seu artigo no SB Nation, um portal que reune blogs e colunas sobre os mais diversos temas esportivos, abre disparando: “Por que você está correto em odiar o futebol“.

Parte da repulsa de norte-americanos se baseia na xenofobia. O soccer, apesar de britânico como os estadunidenses, está atrás do futebol americano, basquete, baseball, hockey, automobismo e boxe na preferência do habitante nato dos EUA, mas muito a frente destes junto a comunidade latina, cada dia mais crescente no país. Além disso, desde 1994, os próprios “norte-americanos natos” passaram a gostar mais do futebol. Não à toa a MLS, campeonato nacional, já tem média de público próxima de 20 mil pessoas e superior a média do Brasileirão. A Seleção Americana – USMNT, na sigla que destaca o “Men” no US National Team – já conseguiu resultados expressivos, como o vice-campeonato na Copa das Confederações 2009 e os 5 títulos continentais da Concacaf. Além disso, também há a preferência das mães nos EUA pelo soccer em detrimento do football. Apelidadas de soccer moms, elas não tem permitido que os filhos pratiquem o futebol americano em virtude do alto número de lesões.

Segall logo dispara no artigo: “Não sou xenófobo, já fui ao Japão, Suíça e até a Lousiana”, numa brincadeirinha com um estado americano colonizado por espanhóis e franceses, para em seguida fazer uma comparação brutal. “Estávamos certos em desprezar o futebol tanto quanto em combater o Nazismo. O futebol é o pior que o mundo externo (sic) pode nos oferecer”, usando um placar de 0-0 como exemplo negativo de acomodação que pode ser passado as crianças – como se o empate sem gols fosse apenas fruto da preguiça em imperícia dos jogadores. Não é, como o mexicano Ochôa deixou bem claro no empate entre Brasil e México. Os “gritos histéricos” de gol também irritam Segall: “parece que encontraram um Leprechaun”, referindo-se a lenda irlandesa do anãozinho que esconde os potes de ouro. Até mesmo a denominação “kit” para o uniforme de jogo irrita o articulista, que faz questão de dizer que isso é coisa de loser, no melhor exemplo de como um gorilão daqueles dos filmes sobre o ensino no 2o grau se comporta. Apesar de acertar em alguns pontos, como a crítica ao desprezo da Fifa aos trabalhadores e à violência gratuita das torcidas organizadas – o tom preconceituoso do artigo tira a chance de qualquer ponderação. “Nós, AMERICANOS, devemos deixar o futebol no lugar dele: como fonte de kickers para a NFL. E deixem que o Brasil trate disso como seu caviar, enquanto descobrem maneiras novas de barulhos irritantes ou botam fogo em um quarteirão que já é uma favela”.

Segall conseguiu levantar a discussão nos meios americanos. O New Republic buscou no argentino Jorge Luis Borges um amparo para rejeitar o futebol: “futebol é estúpido e para idiotas”. O escritor já falecido fala com a propriedade de um nativo de um país dos mais fanáticos pelo esporte; em outro artigo no mesmo site, o título diz tudo: “Por que você tem que odiar a Seleção Americana – ou pelo menos os fãs de futebol“. O MarketWatch conclama: “Ok, americanos, vamos fingir novamente que gostamos de futebol“.

Patrick Stewart, o Professor Xavier dos X-Men, apoia a seleção dos EUA

Mas, na verdade, trata-se de uma minoria barulhenta. Os americanos estão cada vez mais envolvidos com o futebol, à espera de um grande resultado para proclamar sua superioridade também no único esporte em que ainda não dominam.  A ponto do alemão Jurgen Klinsmann, técnico da seleção dos EUA, quase que pedir desculpas ao avisar em entrevista que “Não temos chances de sermos campeões esse ano“. A Time dedicou uma coluna inteira ao futebol, respondendo os críticos de que sim, o americano gosta de futebol – ainda que do jeito dele. A Newsweek tem dedicado boa parte de sua cobertura esportiva ao Mundial – e não só ao USMNT. E a Sports Illustrated, principal revista de esportes dos EUA, também se rendeu ao soccer

É bem verdade que o ator Patrick Stewart, conhecido como o professor Charles Xavier dos X-Men, é inglês de nascença – o que acaba por dar um pouquinho de razão aos detratores do futebol nos EUA. Mas o próprio portal SB Nation é muito mais pró-futebol do que o artigo que rendeu tanta polêmica. Não vai ter jeito: a ‘elite branca’ americana luta, mas vai perder a batalha mental contra o futebol, é questão de tempo. 

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Niko Kovac, técnico da Croácia, é um dos cinco alemães na Copa

A seleção da Alemanha é uma das favoritas ao título mundial na Copa 2014 no Brasil. Mas mesmo que o timaço de Schweinsteiger, Muller, Gotze e Podolski falhe, os alemães terão ainda outras quatro chances de comemorar a supremacia no futebol do Planeta.

Nada menos do que cinco dos 32 técnicos da Copa são alemães. Brasileiros? Apenas um, Luis Felipe Scolari.

Joachim Low, pela seleção alemã, e Niko Kovac (Croácia), Jurgen Klinssmann (EUA), Volker Finke (Camarões) e Ottmar Hizfeld (Suíça) demonstram em números que a escola alemã de técnicos é, atualmente, a mais procurada no Planeta. Pode ser o histórico de sucesso do futebol alemão, a organização e o pragmatismo característico do povo germânico, a força da Bundesliga ou mesmo o fato de que quase todo alemão é bilingue, falando com naturalidade o inglês. Fato é que os técnicos alemães são quem ditarão o ritmo da Copa aqui no Brasil.

Depois dos alemães, três outros países forneceram técnicos a um grande número de seleções: Itália, Argentina e – acredite – Colômbia. Cada um tem três técnicos dirigindo seleções no Mundial do Brasil. Curiosamente, apesar de ter três técnicos dirigindo times na Copa (Jorge Pinto pela Costa Rica, Reinaldo Rueda pelo Equador e Luis Suares por Honduras) a Colômbia preferiu importar um argentino: José Pekerman dirige os cafeteros no Brasil. A lista da Argentina tem ainda Jorge Sampaoli no Chile e Alejandro Sabella na seleção nacional.

Italianos andam em alta no Japão (Alberto Zaccheroni) e na Rússia (Fábio Capello) e confiam em Cesare Prandelli para a Azzurra. Ficam acima de portugueses e franceses, que têm dois técnicos cada na Copa. O lusitano Fernando Santos dirige a Grécia, enquanto Paulo Bento conduz o time de Cristiano Ronaldo; Sabri Lamouchi é o técnico da Costa do Marfim, com seu conterrâneo Didier Deschamps treinando a França.

Chama a atenção ainda o fato de a Bósnia, que disputa apenas pela primeira vez uma Copa do Mundo, estar com dois técnicos, mais que escolas fortes como Brasil, Espanha, Inglaterra e Holanda. Vahid Halilhodzic pela Algéria e Safet Susic pela própria Bósnia marcam época sendo mais prestigiados que brasileiros, espanhóis, ingleses e holandeses, que tem representantes apenas dirigindo as seleções caseiras. Até mesmo Moçambique, que nunca disputou uma Copa, tem Carlos Queiróz a frente do Irã.

O fato de um técnico brasileiro conhecer o País, o comportamento das pessoas, as condições climáticas e quem sabe até ter alguma simpatia junto aos locais não seduziu nem mesmo seleções de pequeno calibre. Se nas arquibancadas a torcida brasileira têm dado o tom da disputa, no banco de reservas o comando e a direção são alemães. 

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Maradona, “más grande” que Pelé

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Sejamos honestos: olhando a história da Argentina, é impossível negar o que cantam milhares de hermanos nas ruas do Rio de Janeiro nesse dia de estreia da seleção vizinha na Copa 2014. Maradona é mesmo “más grande” que Pelé. Ao menos pra eles. E ao menos em espanhol.

Alguém, em algum momento, resolveu traduzir que “más grande” é melhor. Não, amigo leitor, não é. É maior. Para os argentinos, Maradona foi, é, e sempre será, maior que Pelé. Talvez até para nós brasileiros, se formos pensar bem no que isso quer dizer. Mas nunca foi dito pelos argentinos que Maradona é MELHOR que Pelé. Isso, os números não deixam.

Poderíamos até comparar ambos em genialidade nos lances. Seria um páreo bacana, mas o Rei venceria. Títulos, gols, arrecadação em mídia, dá Pelé de longe. É possível até comparar Messi com Maradona e Pelé nesse aspecto, afinal. Todos atrás. Não, o ponto não é e nunca foi esse.

Maradona é maior que Pelé pelo que representa aos argentinos. 

Era 2007 e eu andava por Buenos Aires. O primeiro “susto” de quem não conhece o povo argentino é ver que eles respeitam e gostam do futebol brasileiro. O melhor termômetro de qualquer cidade é um taxista. Eles correm a cidade, convivendo com o mais sortido tipo de pessoas. E um deles, torcedor do Arsenal de Sarandí, me convenceu sem erros que Maradona era maior que Pelé. Nunca melhor.

Disse-me na ocasião o taxista (cujo nome não me lembro, mas não era Diego) que Pelé era incomparável. Mas que Maradona representava la gente. O povo, no caso. Que saiu das favelas para vingar a Argentina em 1986. E aí é que entra o que vale pra eles: La Mano de Dios.

Alguns chamarão de heresia, mas para eles, Deus agiu no corpo de Maradona naquela vitória por 2-1 sobre a Inglaterra. Fazia apenas 4 anos desde que os ingleses massacraram as tropas argentinas na Batalha das Malvinas – Falklands, para os britanicos. A disputa pelo território ainda magoa os sul-americanos, mesmo que num recente plebiscito, os habitantes da ilha prefiram a Inglaterra. Mas, pouco importa. Era o orgulho argentino em jogo. Famílias que perderam filhos, um país subjulgado militarmente em uma disputa que eles consideravam correta, tentando mostrar ao Mundo que eram melhores que seus rivais.

E foram.

Maradona foi o símbolo daquela conquista. Primeiro, com o gol espetacular – chamado de gol do século – driblando meio time inglês desde o meio campo. Depois, com a incorreta mão, atropelando moral e ética, em cima de quem havia atropelado com bala os desejos argentinos. Aquela vitória, coroada depois com o título, fez de Maradona maior que Pelé. Maior até que Deus, ainda que por 90 minutos.

É essa a diferença entre “más grande” e “mejor”. Franceses talvez comparassem Zidane ou Platini a Pelé; espanhóis no futuro lembrarão de Iniesta. Nenhum deles, nem Beckenbauer, Rivaldo, Ghiggia, Paolo Rossi, Romário, Matthaus ou qualquer outro, mesmo Pelé e Garrincha, significaram mais para um povo campeão o que Maradona para aquela Argentina. Talvez Jesse Owens.

Por isso Maradona é “más grande” que Pelé, como cantarão alto os alvicelestes no palco número 1 do futebol neste domingo. E Pelé, mesmo sendo muito para o Brasil, não é igual, admitamos. Embora seja muito melhor, com números incontestáveis, conquistas históricas, feitos memoráveis. É o Rei, o número 1. Diferente, afinal. 

Agora, pra tirar a dúvida sobre quem é “más grande”, clique aqui.

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