O Fantasma de Vila Oficinas completou 100 anos nessa temporada. E se as coisas não andaram como se imaginava em campo, nem por isso a apaixonada torcida operariana esqueceu a data. Que o diga o pediatra Ângelo Luiz De Col Defino, alvinegro fanático, que se dispôs a contar a história do imortal Operário, que segue assustando nos campos paranaenses.
Ângelo gentilmente cedeu ao blog o trecho inicial do livro, que está a venda por módicos R$ 50 no site da livraria Portal Sul. “Imortal Operário Ferroviário – As histórias do Fantasma de Vila Oficinas”, traz um relato histórico fiel do centenário de uma das mais tradicionais equipes do futebol brasileiro. O resgate transcende o Operário e volta até a primeira partida com registro da história do futebol no Paraná, entre Tiro Pontagrossensse e Coritiba, com detalhes, controvérsias e curiosidades são desvendadas através de uma pesquisa histórica minuciosa daqueles dias de outubro de 1909. Mapas, fotos e reportagens de 04 jornais de 1909 resgatam a memória dos pioneiros do futebol paranaense.
Leia e se apaixone um pouquinho você também pelo Fantasma!
“Nascido da classe operária que trabalhava na construção da ferrovia, em 1912, o clube contribuiu de forma decisiva para o desenvolvimento do esporte, mas também influenciou diretamente na formação da identidade cultural do ponta-grossense.
Desde o início do século passado o time já levava mulheres para o estádio, tornando-o espaço de sociabilidade e convivência, sem distinções. O Operário também foi um dos primeiros clubes do Brasil a aceitar jogadores negros desde a sua fundação, o que contribuiu para aumentar sua empatia com a comunidade. O uniforme listrado em preto e branco é uma homenagem à união das raças.
A famosa invencibilidade em vários jogos disputados contra times de outras cidades rendeu ao Alvinegro o apelido de Fantasma. A apaixonada torcida, que enchia os vagões das ferrovias para acompanhar o time nos jogos fora de casa, logo ficou conhecida como “a torcida do trem fantasma”.
A eterna rivalidade com o Guarani Esporte Clube originou verdadeiros clássicos entre as décadas de 1920 e 1960. Os operarianos, chamados de graxeiros, reuniam-se no Bar King, na Rua XV de Novembro, centro de Ponta Grossa. Os bugrinos, chamados de pó-de-arroz, tinham como reduto o Bar Maracanã, que ficava do outro lado da mesma rua. As provocações pela imprensa dias antes dos jogos, carreatas antes das partidas, comemorações após os encontros e charges expostas nas vitrines das lojas comentando os resultados tornavam o Ope-Guá um campeonato à parte.
Nesses 100 anos de atividades muitas foram as dificuldades para dar continuidade às atividades do clube, mas a história alvinegra acabou sendo marcada por uma grande capacidade de resiliência, pela imortal disposição em dar a volta por cima e ressurgir. Os momentos de retomada do futebol alvinegro foram de grande importância para a cidade, despertando um sentimento de união e de conquista entre os ponta-grossenses.
Na segunda parte do livro o leitor vai encontrar o Almanaque do Fantasma. Lá estão registradas as campanhas históricas, times que marcaram época, atletas alvinegros que serviram à Seleção Brasileira, goleadas inesquecíveis, estatísticas e outras curiosidades sobre o centenário clube.
Destacam-se também suas conquistas e títulos com o objetivo maior de valorizar o sentimento de comunidade e reforçar as capacidades de superação e de união de um povo, contribuindo para a construção de um orgulho regional e de uma melhor imagem de si mesmo.
Olê – lê – ô !
O – pe – rá – rio !”