Time que ganhou Brasileiro sobre Santos de Pelé está à venda

Que tal ser dono de um clube campeão brasileiro, em uma cidade rica e com 370 mil habitantes, um estádio público com capacidade para 23 mil pessoas e uma torcida carente pelos velhos tempos? Em tese é a oportunidade oferecida por Aurélio Almeida (nenhuma relação com o blogueiro) que está colocando à venda o Grêmio de Esportes Maringá. Um time que superou até o Santos de Pelé, mas desapareceu com seus três títulos estaduais em meio as más administrações, a ponto de estar rebaixado à terceira divisão do Paraná para 2014. 

O valor, não confirmado pelo clube, é de R$ 5 milhões de reais. O comprador teria direito tão somente à marca “Grêmio de Esportes Maringá”. Objeto de desejo, diga-se, dos maringaenses, que nunca aceitaram bem a ideia do empresário conhecido pelo seu comportamento fantarrão comandar o time da cidade. Tanto que Maringá já teve outras duas tentativas de ter um novo “Grêmio”: o Metropolitano, que também disputa a segundona local, e o já extinto “Galo Maringá”, fruto de uma parceria com a ADAP, clube que jogava em Campo Mourão – Galo é o mascote do Grêmio.

O anúncio da venda do Grêmio, destinado ao prefeito da cidade

Aurélio Almeida não atende à imprensa. O assessor do clube, Nelson Alexandre, atendeu ao telefonema na sede do clube: “Queria saber dele também”, disse, para depois afirmar: “Olha, ele está em São Paulo. Parece que conseguiu um comprador para o clube. Estamos aqui esperando a notícia.” Quem comprar terá que refazer a imagem do Grêmio na cidade. Outrora dono de dois parques, o clube não tem mais nada. O pouco que sobrou está na justiça, numa disputa com os sócios remidos, que viram tudo ir a leilão.

O empresário comprou o Grêmio em 2002, na terceira tentativa de emplacar um clube no futebol paranaense. Antes, havia criado o Real Brasil e o Império do Futebol, ambos finados em situações precárias. O Império foi o último usuário do também finado Pinheirão, num acordo de Almeida com o ex-presidente da FPF, Onaireves Moura. Ao chegar no Grêmio, prometeu novos tempos. Até que conseguiu: disputou dois estaduais antes de anunciar o licenciamento por falta de dinheiro. Em paralelo, perdia credibilidade ao dever para diversos empresários da cidade, desde o ramo de hospedagem até alimentação. Seu grande momento foi a vitória no Clássico do Café sobre o Londrina, 1-0, em 2004, com transmissão da afiliada da Globo no Paraná para todo o Estado.

Em 2009 Almeida resolveu reativar o Grêmio. Já na temporada seguinte subiu da terceira para a segunda divisão, onde estacionou. Enfrentou o Paraná Clube na passagem do Tricolor pela segundona paranaense em 2011, no confronto entre os campeões estaduais presentes na competição – e perdeu as duas, 1-2 e 1-4. Neste ano, sob o comando do ex-goleiro do São Paulo e da Seleção Waldir Peres, acabou rebaixado para a terceirona, somando um único ponto em nove jogos. Peres acreditou no projeto do amigo Almeida, mas teve que lidar com um time que por vezes sequer tinha jogadores suficientes para o banco de reservas.

O ex-goleiro apenas se juntou as histórias pitorescas do dono do Grêmio. Em 2010, ele anunciou um amistoso contra o Boca Jrs., da Argentina, cancelado posteriormente, segundo o próprio Grêmio, porque o Boca se assustou com as cenas de violência no jogo Coritiba e Fluminense, em 2009. Aurélio levou seus jogadores várias vezes para o exterior, é verdade. Ele jogou no futebol mexicano e – conta – foi técnico das seleções de Belize e Aruba, da América Central. Mais: Almeida diz ser também dono do Puebla, clube mexicano campeão continental em 1991 e que hoje está na Liga MX, a primeira divisão nacional. Se realmente for verdade, é também verdade que o Grêmio nunca viu nenhum recurso ou jogador do time mexicano.

Em Maringá diz-se pelos cantos que a venda do Grêmio é mais um blefe de Aurélio Almeida, que quer calar os críticos após mais um insucesso, provando que ninguém tem interesse em tocar o Grêmio. Enquanto isso, outros desportistas da cidade fundaram em 2010 o Grêmio Metropolitano Maringá, uma tentativa de ocupar o lugar do Galo no coração dos maringaenses. Ainda não deu certo: no “clássico” entre ambos (deu, Metrô 4-0) apenas 332 pessoas pagaram ingressos. O Metrô fez campanha inversa ao do Grêmio: invicto, líder, com sete vitórias em nove jogos. Mas não garantiu acesso à elite paranaense: precisará disputar um hexagonal para botar Maringá no mapa do futebol paranaense novamente.

  • A vitória sobre o Santos:

Em 1969 a CBD – então coordenadora do futebol brasileiro – resolveu promover um campeonato entre os campeões regionais Centro-Sul e Norte-Nordeste (Sport), mais os campeões da Taça Brasil (Botafogo) e do Roberto Gomes Pedrosa (Santos). Depois de superar times do Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina, o Grêmio venceu o Villa Nova-MG e passou pelo Sport Recife, duas vezes, por 3-0. O time encarou o Santos de Pelé em duas ocasiões (1-1 e 2-2), mas não houve o jogo desempate. A Revista Veja, à época, contou o caso:

Matéria de "Veja" conta o caso do jogo que não houve em 1969

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Futebol, o bem e o mal

O Atletiba 355 vai iniciar a decisão do Paranaense 2013. Era pra ser o jogo do radinho, mas o Atlético surpreendeu a todos nesta sexta-feira ao anunciar um acordo de última hora com a emissora de TV que comprou os direitos da competição sem o clube no início do ano. Primeiro, a divulgação de que não só o 355, mas também o 356, passariam em TV fechada, ao contrário do que vinha acontecendo com o Furacão; depois, a TV aberta entrou na dança e também irá transmitir os jogos.

Muito se falou e especulou sobre o tema. Afinal, a postura do Atlético até aqui era também política. Mário Celso Petraglia disse, para os veículos oficiais do clube, que não acertaria jamais o acordo pras finais com a TV. A questão, soube-se, era mais que econômica. E ao longo da competição houve muita confusão entre as restrições para a imprensa e a medida de se jogar com o Sub-23. Confusão proposital de alguns, diga-se. Uma coisa é fechar o clube, o que até os patrocinadores consideraram nocivo. Outra é colocar o time principal numa pré-temporada, uma tentativa válida (embora tenha sido longa e exagerada) de fugir do péssimo calendário brasileiro.

O Atlético voltou atrás e sobrou para todo mundo. No Coritiba, o presidente do clube torceu o nariz. Disse Vilson Ribeiro de Andrade ao jornal Gazeta do Povo: “O Coritiba aceitou as regras e acreditou no campeonato desde o início, sempre disposto a colaborar com o futebol paranaense. Eles não. Humilharam o campeonato e agora aparecem na hora do filé mignon. Não acho correto.” Nas redes sociais, torcedores dos demais times paranaenses também ficaram contrariados e até mesmo sobrou pra imprensa, criticada por supostamente dobrar-se e aceitar as exigências atleticanas. Uma tentativa de dividir o futebol entre o bem e o mal. Errônea.

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Futebol é paixão, fidelidade, emoção, mas é também, amigo leitor, negócio. Não existe bem ou mal; existem interesses comerciais. Lá atrás não houve acerto entre as partes e o Atlético ficou sem aparecer na TV. Perderam todos, incluindo o produto. Nas finais, com uma conjuntura de fatores, as partes se acertaram. E aí o problema é só delas. Nunca foi de outros. Não cabe o discurso de fortalecimento do futebol paranaense, tampouco as reclamações de Vilson Andrade que, aliás, acabou beneficiando-se do acerto atleticano, com o Coritiba vendendo mais um espaço publicitário na camisa somente para a decisão.

A imprensa também não se vendeu, nem antes, nem agora. Os bons seguiram fazendo jornalismo. As emissoras que podiam, seguiram acompanhando o clube, com ou sem restrições – e quem disse que elas acabarão agora? O produto foi tratado como pôde e o torcedor, principal razão dessa atividade, atendido com as mais diversas visões. É a pluralidade da mídia que faz com que o torcedor inteligente separe o joio do trigo, escolha aquilo que lhe agrada mais e forme sua própria visão. Ninguém é do bem ou do mal. Nem os profissionais que seguiram na cobertura tradicional, ácida por natureza (às vezes até demais), nem os que estão no veículo oficial do clube, um trabalho digno como qualquer outro, com um editorial evidentemente institucional.

No domingo, no primeiro jogo entre os tradicionais rivais do Paraná, alguns vão querer misturar as ações. Vai se falar em bem e mal, certo e errado, fora de campo. Mas, o que haverá de fato, é o confronto entre os dois times mais vitoriosos do Estado, cada um com seu projeto. Vencerá o melhor nos dois jogos. E que vença a democracia e o esporte.

  • Em campo

O Coxa é favorito e tem a obrigação da conquista. Leva as vantagens de decidir em casa e, principalmente, de dois resultados iguais, num acerto do regulamento que evitará os pênaltis, sem levar em conta o peso dos gols fora de casa. É o time que mais investiu, o que se declarou disposto a conquistar um tetracampeonato que não vêm desde os anos 70. Pega um Atlético aguerrido, surpreendente, que chegou pela estrutura, pela camisa e por alguns poucos talentos formados na base.

O Furacão já pode considerar-se vencedor. Flertou com a queda mas acabou preparando Santos, Hernani, Douglas Coutinho e Zezinho, entre outros, para usar no elenco principal. E, de quebra, pode aprontar pra cima do rival. É Alex, o menino de ouro do Alto da Glória, contra os piás da Baixada, cada um querendo ser o que Alex já foi pelo Planeta Bola. E o que nenhum deles ainda foi: campeão paranaense.

  • Números

354 jogos até aqui na história entre ambos. Vantagem do Coritiba, com 135 vitórias, 109 empates e 110 triunfos do Atlético.

Em finais, equilíbrio total: esta será a 15a entre os times. Até aqui, sete conquistas para cada um – contando apenas campeonatos decididos em finais, ressalte-se. O Atlético venceu em 1943, 45, 83, 90, 98, 2000 e 2005; o Coxa levou em 1941, 68, 72, 78, 2004, 2008 e 2010. 

 

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Atletiba 354: a pressão é do Coritiba

Londrina e campo hostil? Atlético e rivalidade histórica? Só escolher.

O Atletiba 354 promete ser um dos melhores dos últimos tempos. Não faltam motivos pra isso: a invencibilidade recente (10 jogos no Paranaense, 12 no geral) do Atlético, com seu time de garotos, pegando um Coritiba reagindo depois de um segundo turno instável e com a oportunidade de ver Alex em campo. Rivalidade, história e até mesmo a Vila Olímpica, um dos estádios mais agradáveis de Curitiba (ainda que só para 8 mil pessoas, mas esse é outro papo), completam o cenário. Mas, de tudo isso, um elemento a mais põe fogo no duelo: o Coritiba, já garantido na final, tem remotas chances de conquista direta, com o título do segundo turno; entretanto, pode “escolher” o adversário da decisão, pois pegará os dois possíveis rivais em sequência: o Furacão e o Londrina.

A pressão em cima do Coxa é multipla: enfrenta um time inexperiente (mas perigoso), num clássico em que as camisas têm o mesmo peso e em um campeonato em que o presidente atleticano faz questão de menosprezar. De fato, tudo isso é apenas psicológico: a pressão mesmo no Coritiba é porque é dele que depende a definição do título estadual. Pode pegar um adversário perigoso, mordido, e sem vantagens de mando de campo; pode pegar o maior rival, que se tem um time jovem e está sem estádio, tem camisa. 

Em síntese: o Coxa depende apenas de si para facilitar a própria vida. Ou complicar.

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O Atlético tem 23 pontos, um a mais que o Londrina, vice-líder; o Coxa, terceiro, tem 18, cinco a menos que o maior rival.

Se vencer o Atletiba, o Coxa permite que o Londrina (que na rodada do clássico encara o 4o colocado J.Malucelli) ultrapasse o Rubro-Negro. O Tubarão é, atualmente, o melhor time do campeonato na soma dos turnos. Vice-campeão do 1o turno, o LEC tem os mesmos 45 pontos do Coxa no geral, mas uma vitória a mais. Na última rodada, Coxa e Londrina se enfrentam em Curitiba, enquanto o Atlético visita o bom – e perigoso – Operário, em Ponta Grossa. Em um cenário de vitória do Londrina, o Coxa jogará com o próprio, na última rodada, pelas vantagens na final. Vencendo novamente, ganha as vantagens contra qualquer rival – o Furacão passaria a precisar de uma vitória simples contra o Operário para vencer o turno; se não o fizer, o LEC leva, mas sem vantagens. Pode até ser campeão, se o Atlético perder para o Fantasma e o Londrina não tiver vencido o Jota.

Se o Atletiba terminar empatado, o Furacão pode perder a liderança para o Londrina, que por sua vez asseguraria as vantagens com uma vitória; aí o Coritiba teria que vencer também o Londrina na última rodada, torcendo para o Atlético derrotar o Operário. Desta forma, decidiria em casa na última partida. Mas pegaria o maior rival na final, com um time franco atirador.

O mesmo vale para uma vitória do Atlético no Atletiba 354. Se derrubar o rival, o Furacão ganha moral e bota ainda mais pressão no Coritiba, que passa apenas a assistir a decisão do turno. O Atlético, aliás, pode passar de azarão – pelo elenco Sub 23, nunca pela camisa – à campeao antecipado do turno: basta que o LEC perca para o J.Malucelli.

Agora, a grande pergunta: diante de tudo isso, existe como facilitar a vida dentro de um dos clássicos com mais rivalidade no Mundo?

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Drubscky disse o que todos sabiam

E Ricardo Drubscky falou em público o que muitos não puderam.

E só o fez porque não contava que a imprensa de Goiás, na contramão do que fizeram até aqui os veículos oficiais, fosse tão firme ao inquerir-lo sobre a pré-temporada inédita do Atlético, abrindo mão de jogar o Paranaense para fazer alguns amistosos, mantendo o time inativo desde 24 de novembro em jogos oficiais: “Essas questões de a gente ficar sem jogos, a gente não vai entrar nesse mérito. É decisão da diretoria do clube, é política, e a gente ficou. Se eu não quisesse não tinha ficado. Em função disso, e aí eu posso dizer, há realmente uma perda e estamos tentando reparar com amistosos, torneios. Não é a mesma coisa, mas a gente está tentando.”

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Se Drubscky não falasse, os resultados falariam por ele. As derrotas por 1-3 para o Goiás (que, atuou só no primeiro tempo com os titulares) e 1-2 para os reservas do Atlético-GO mostraram que, mesmo pra quem despreza o Estadual, a inatividade pode custar caro ao clube. As derrotas foram para equipes do mesmo porte do Atlético, que não sabe como irá sair em um jogo pra valer. Luiz Felipe Scolari, técnico da Seleção Brasileira campeão do Mundo em 2002, exaltou o calendário competitivo do Brasil em 2013, com a Copa das Confederações no meio do ano, “por ter jogos para valer”. Jogador, quer jogar.

  • Planejamento em xeque

E a Copa das Confederações será mais um período de pausa para um ano de poucas atividades para o elenco principal do Atlético. Talvez esquecida no planejamento, a competição-teste da Fifa irá paralisar o calendário brasileiro por mais 23 dias entre 09 de junho e 03 de julho. Para o Furacão, 2013 terá exatos 123 dias sem jogos profissionais. A renúncia aos jogos, em nome de um título mundial prometido pela atual diretoria em campanha, permite uma comparação: o Barcelona, clube que vem apresentando o melhor futebol do Mundo há pelo menos 4 temporadas, tem quanto tempo de atividade anual?

A resposta deve levar em consideração o desencontro entre os calendários europeu e sul-americano. Com o verão em junho e julho, os europeus paralisam as competições, enquanto isso acontece no Brasil entre dezembro e janeiro – e em menos tempo. Os Estaduais ocupam um espaço precioso do calendário – até aí, pouco se discute sobre uma reformulação  geral e o Atlético, assim como o Grêmio, tomou uma decisão própria, ao relegar a disputa caseira ao segundo plano. No entanto, o Tricolor Gaúcho tem a Taça Libertadores no calendário, o que já o colocou em atividade.

O Barcelona venceu a Copa do Rey sobre o Athletic Bilbao por 3-0 em 25 de maio de 2012. Depois, deu férias aos seus jogadores e retomou as atividades em julho, fazendo seu primeiro jogo na nova temporada em 24 de julho, um amistoso contra o Hamburgo. Foram 60 dias sem jogos. O primeiro jogo oficial aconteceu apenas em 19 de agosto, vitória por 5-1 sobre a Real Sociedad – portanto, 85 dias depois do último jogo. Se seguisse o planejamento do Barcelona, o Atlético, que enfrentou o Paraná em 24 de novembro de 2012 no Derby (1-1) da última rodada da Série B, entraria em campo com o time principal em 17 de fevereiro – a 9a rodada do Paranaense aconteceu em 16/02, com o Sub-23 atleticano vencendo o J. Malucelli por 3-1. Na semana seguinte, foi jogado o Atletiba #353.

A temporada européia começa com um primeiro mês com 4 jogos oficiais. O Barça ainda arrumou datas para 4 amistosos. Em agosto de 2012, venceu Real Sociedad e Osasuña pela Liga, perdeu o título da Supercopa da Espanha em dois duelos com o Real Madrid (3-2 e 1-2, vice no gol qualificado) e fez amistosos com PSG (2-2), Manchester United (0-0), Dínamo Bucareste (2-0) e Sampdoria (0-1). No período equivalente, o Atlético fez 10 jogos. Fevereiro reservou 6 jogos oficiais (2-1 Cianorte, 0-0 ACP, 0-2 Londrina, 1-1 Arapongas, 3-1 J. Malucelli e 1-2 Coritiba) e 5 amistosos, com a conquista da Marbella Cup sobre Ludogorets Razgrad (6-2), Dínamo de Kiev (1-0) e Dínamo Bucareste (1-0) e mais a derrota por 1-3 para o Cluj e o empate em 1-1 com o Otelul Galati.

Durante o período de inatividade do elenco principal, além dos adversários goianos, o Atlético enfrentou mais dois adversários interestaduais: Joinville e Figueirense, ambos atuando com o time reserva. O Furacão venceu os dois jogos, 3-0 e 3-1. O clube tentou amistosos na Argentina, Uruguai e Chile, mas todos os clubes procurados deram prioridade aos seus calendários oficiais.

O desempenho do Atlético no Estadual e nos amistosos no Brasil, as reclamações dos jogadores pedindo mais jogos e um comparativo com o melhor modelo de planejamento de futebol do Mundo deixam a pergunta: o Atlético, mesmo politicamente abrindo mão do campeonato mais possível de se conquistar, age bem em pensar só na política?

Arbitragem decidiu o primeiro turno no Paranaense? Participe do debate

O primeiro turno do Paranaense terminou com muita polêmica. Em xeque, a arbitragem paranaense. O blog então propõe um exercício.

Desde 2011, o site Placar Real acompanha, rodada a rodada, o desempenho dos árbitros no Brasileirão. Os critérios estão explicados nesse link e, resumidamente, presumem 1 gol para cada pênalti não marcado – decidido se corretamente ou não de maneira subjetiva, a partir da análise de profissionais de imprensa. Gols em impedimento são anulados, gols mal anulados são computados e assim vai. Como exemplo, em 2011, o site salvaria o Atlético do rebaixamento, colocando o Cruzeiro no lugar; em 2012, o Coritiba saltaria 5 posições, do 13o para o 8o lugar.

Aplicando os conceitos do “Placar Real”, exemplificando com imagens dos lances na internet e abrindo para a discussão (sem ofensas) nos comentários – o que inclui um update deste post mediante as sugestões do leitor – analisei 7 jogos que mudariam a classificação da primeira fase do Estadual. Vamos a eles:

1) 2a rodada: Nacional 1-1 Atlético

Árbitro: Paulo Roberto Alves Jr.
Reclamação: Pênalti mal marcado a favor do Atlético.
Lance:

Pela imagem, Héracles (aos 0’13) projeta o corpo antes do choque com o zagueiro do NAC.

Veredito: procedente.
Consequência: menos um ponto para o Atlético, mais dois para o NAC.

2) 2a rodada: Arapongas 1-1 Operário

Árbitro: Fábio Filipus
Reclamação: Pênalti não marcado para o Arapongas.
Lance: Indisponível.
Veredito: impossibilitado.
Consequência: nenhuma.

3) 4a rodada: Operário 2-1 Cianorte

Árbitro: Rafael Pedro Feza
Reclamação: Gol do Cianorte em posição de impedimento.
Lance:

Pela imagem, os dois atacantes do Cianorte, incluindo o artilheiro Mineiro, estão em posição legal (1’25).

Veredito: improcedente.
Consequência: nenhuma.

4) 4a rodada: Coritiba 1-0 J. Malucelli

Árbitro: Leandro Hermes.
Reclamação: pênalti não marcado de Escudero em Leandro.
Lance:

A partir dos 3’04, a sequencia de ataques do J. Malucelli acaba com um cruzamento na área em que o zagueiro coxa puxa o atacante do Jotinha.

Veredito: procedente.
Consequência: menos dois pontos para o Coxa, mais um para o J. Malucelli.

5) 6a rodada: Arapongas 0-0 Toledo

Árbitro: Antônio Valdir dos Santos.
Reclamação: pênalti a favor do Arapongas.
Lance: indisponível.
Veredito: impossibilitado.
Consequência: nenhuma

6) 8a rodada: J. Malucelli 2-2 Paraná

Árbitro: Adriano Milczvski
Reclamações: três pênaltis não marcados para o Paraná.
Lances:

Aos 1′ 36, Luizinho recebe e cai na área em dividida com o zagueiro; ele projeta o corpo e rapidamente se levanta – não foi pênalti; na sequência, novamente com Luizinho, cruzamento na área e a bola toca o braço do jogador do J. Malucelli, que está junto ao corpo, sem desviar a trajetória. De novo, nada. Aos 3’47, Alex Alves é puxado dentro da área: pênalti não marcado.

Veredito: procedente.
Consequência: mais dois pontos ao Paraná, menos um para o J. Malucelli.

7) 11a rodada: Londrina 0-1 Coritiba

Árbitro: Felipe Gomes da Silva
Reclamações: três pênaltis não marcados para o Londrina, um para o Coritiba.
Lances:

Aos 0`33, bola chutada por Germano; ela desvia no peito e no braço de Pereira, saindo da direção do gol: pênalti. Aos 0’39, no cruzamento, os braços de Robinho, que estão junto ao corpo; normal. Aos 0’42, Rafinha dá um carrinho na área e carrega a bola com o braço; pênalti. Além desses lances, outro que não está no vídeo é o pênalti em Arthur, disponibilizado abaixo no site da RPCTV, clicando na foto.

Veredito: procedente.
Consequência: menos dois pontos ao Coritiba, mais um para o Londrina.

Logo, a classificação do 1o turno, com os jogos acima, ficaria assim:

Lembrou de mais algum lance? Concorda com todos, discorda de algum? O debate, com educação, é de vocês, nos comentários abaixo.

O levantamento tomou dois dias de pesquisas – o árbitro tem segundos para decidir um lance. A frase, lugar comum, explica mas não anula o problema. Não há clube que não tenha sofrido com o apito e isso acaba ficando na conta comum a todos. Ora um reclama, ora outro – mas, apesar da graça de se debater arbitragem, como reza outro senso comum, o bom juiz é o que não aparece.

O primeiro passo para se resolver uma situação é debater os problemas e encará-los de frente. Se a arbitragem paranaense, sem nenhum árbitro Fifa e com renovação contestada não está agradando, o pontapé inicial está dado com esse singelo levantamento.

UPDATE

Recebi ao longo do dia outros vários lances de discussão. A imensa maioria em Londrina x Coritiba – o post fala de todo o primeiro turno, mas o assunto mais quente é esse. Aos que entenderam a discussão, obrigado! Repito aqui o que disse no Twitter para alguns torcedores ao longo do dia: se esse debate não passar por uma reflexão de quem organiza o esporte, não terá validade além de discussões de boteco. É papel da imprensa trazer à tona – agrade ou desagrade quem seja.

Seguem os lances reclamados e a análise:

6a rodada: Operário 1-1 Paraná

Reclamação: falta de Alex em Anderson no gol do Operário.

Veredito: improcedente. O jogador do Fantasma aproveita-se do posicionamento ruim de Anderson – a defesa do Paraná sequer reclama o lance.
Consequência: nenhuma.

10a rodada: Londrina 0-1 Coritiba

Reclamações: pênalti em Chico, falta em Eltinho e cotovelada em Rafinha.

Veredito: procedente, exceção do pênalti em Chico, que é lance normal de jogo – os atletas sobem juntos na disputa de bola. No lance de ataque do Londrina, Eltinho é empurrado (o camisa 6 do Londrina, Silvinho, vai somente na direção do jogador) o que seria falta na origem do lance que originou a reclamação principal do Londrina e, posteriormente, o gol do Coritiba; no lance de ataque do Coritiba, pela imagem, fica clara a ação de Germano para bloquear a passagem do atacante do Coxa – não fica clara, no entanto, a cotovelada. O lance, rápido, ainda deixa outra dúvida: a falta se origina na entrada da área e termina dentro (0’58), o que está frisado abaixo. Entretanto, assim como as fotos que circulam no lance de Pereira, a dinâmica da ação deve ser percebida no vídeo acima.


Consequências: falta de Germano – passível de cartão – na entrada da área; impugnação de todo o lance que envolveu Pereira.

  • Arbitragens

É inegável que boa parte das queixas em Londrina x Coritiba vieram do acúmulo de erros nos jogos entre os dois times. A arbitragem de Felipe Gomes da Silva já recebeu críticas públicas do observador de árbitros da FPF, Gilson Bento Coutinho, disse que viu três pênaltis no jogo. Felipe Gomes da Silva é o mesmo árbitro que apitou Vasco x Olaria e marcou o pênalti abaixo para o Vasco (aos 3’00) em 2011. Veio apitar no Paraná, que atualmente não tem nenhum árbitro Fifa no quadro e vive uma dificuldade de renovar o quadro.

A campanha do Coritiba no 1o turno é irrepreensível. Ninguém, mais que o próprio coxa-branca, quer comemorar um título que fique maculado pelas más arbitragens – especialmente quem já sofreu em duas decisões da Copa do Brasil. Mas é fato que erros aconteceram. E, na dinâmica do futebol, sabe-se que apesar da brincadeira do “Placar Real” ser divertida,  um lance anulado ou apitado não necessariamente resulta em gol. Além de que, por exemplo, o pênalti não dado em J. Malucelli 2-2 Paraná (que eu mesmo tive dúvidas até ver várias vezes) poderia ter mudado o ânimo do campeonato. Os erros sucedem os jogos e mudam a própria competição.

Os erros em Londrina têm consigo outro “crime”: a luta para que uma cidade do porte da Capital do Café leve 30 mil pessoas a um jogo importante, no resgate do time da cidade em um dia de clássico paulista na TV, acaba se perdendo. Ganhar ou perder fazem parte do jogo; o que nem coxas, nem londrinenses, nem ninguém aguenta mais é estar à mercê de decisões subjetivas.

E, ressalte-se, são ERROS. Falar em direcionamento é conspiração – até que se prove o contrário – é leviano. Se você sabe de algo concreto, cabe a denúncia. A princípio, o que a FPF e a CBF precisam é de uma grande reciclagem nos árbitros, com melhor treinamento e orientação. E a Fifa precisa entender que a “graça” do subjetivo no futebol acaba quando se tem um prejuízo por estar de fora de uma competição após um erro.

Para encerrar – por ora – esse assunto, sugiro que ouçam a entrevista que o ex-diretor nacional de arbitragem, Aristeu Tavares, deu ao jornal “O Popular” de Goiânia. Ele assume que podem existir esquemas de arbitragem no país e que recebeu denúncias. Foi afastado do cargo pouco depois.

Exclusivo: por dentro do CT do Caju

Não são unanimidade no Atlético as estratégias criadas pela diretoria do clube, tanto para o futebol, quanto na comunicação. Silentes, funcionários e jogadores demonstram dois sentimentos: descontentamento e medo. Sim, medo: de demissão e perseguição. Entre comissão técnica e jogadores, de serem queimados no mercado.

Nos últimos dias, tive acesso a jogadores e funcionários do clube, que aceitaram falar comigo, sob a condição de preservar os nomes. São pessoas que estão descontentes com o andamento atual na gestão atleticana, mas, com medo de sofrerem alguma sanção por parte da diretoria, não querem se expor. Os detalhes do convívio dentro do CT foram passados pelos próprios, com a condição de manterem-se sem exposição.

A restrição à imprensa no Atlético não é criticada apenas pela própria imprensa, patrocinadores e parte da torcida; dentro do CT do Caju, atletas e funcionários reclamam da medida e mais: da fritura de alguns jogadores no mal-sucedido time Sub-23 – que, ressalve-se, é parte de uma interessante estratégia de pré-temporada, que se perde dentro do enclausurado CT. Falar com qualquer jornalista é ato passível de multa, garantem.

Um funcionário com cargo influente no CT do Caju falou do descontentamento da comissão técnica com a decisão, já consagrada dentro dos portões no Umbará, de que o time principal não entre nos jogos do Paranaense, nem mesmo no segundo turno. “Por mim, trabalharíamos com um time só e iria testando. Mas não tem conversa”, revelou-me, pedindo sigilo. O Atlético articula amistosos. Nesta semana, fará um jogo-treino contra um mistão do Figueirense (que tem jogo decisivo com o Criciúma dois dias antes). O clube procurou adversários na Argentina e no Chile e até cogitou-se jogar contra o Bahia e o Vitória, que estão parados após as eliminações na Copa do Nordeste, mas nada foi confirmado. “Até a Copa do Brasil vai ser assim.” Perguntado porque, mesmo com um cargo influente não é ouvido e aceita as determinações, o funcionário em questão respondeu que, apesar dos pesares a estrutura e projeção do clube são boas – leia-se também um bom salário e em dia.

Um dos jogadores é um dos mais experientes do elenco. Confidenciou que há muita pressão dentro do próprio CT pela má campanha do Sub-23 no Paranaense. “Os meninos ficaram, você sabe como é, as coisas não estão indo bem, tem pressão.” O mesmo atleta ainda falou do relacionamento com o presidente do clube, Mário Petraglia: “Ele é de lua. Um dia chega e diz que está tudo bem. No outro, fica nervoso, esbreveja, muda tudo, manda dois, três embora.” O jogador ainda relatou que não há muita liberdade de argumentação com o dirigente: “Ninguém quer bater de frente com ele. Todos têm medo.”

O mesmo atleta ainda disse que os jogadores que voltaram da Espanha gostariam de jogar algumas partidas no Paranaense. “Uma competição é totalmente diferente. Um jogo sim, um não. Jogador quer jogar, né?” Perguntado se o grupo procurou a direção, o entrevistado disse que não. “Se ele bota uma coisa na cabeça, vai até o final”, disse, referindo-se a Petraglia, que, segundo o mesmo, anda um pouco ausente do CT, diferente do que acontecia no dia a dia em 2012. “Ultimamente não [tem estado no CT], por conta do negócio da Arena. Ano passado ele aparecia no clube, fazia reunião. Mas esse ano, com a pressa pela obra, a gente sabe que ele tem viajado muito.”

A orientação para os jogadores não falarem com a imprensa foi transmitida pelo diretor de futebol Antônio Lopes. Até mesmo quem chega tem que entrar na dança. É o caso de Jean Chera. A promessa que já rodou por Santos e Flamengo chegou à Baixada na semana que passou. Durante as negociações, seu pai, Celso Chera, falou sobre as possibilidades. No mesmo dia, à noite, foi alertado pelo diretor das categorias de base do Atlético, Jorge Andrade, de que não poderia falar mais nada, “sob pena de melar as negociações.” Dias depois, foi a vez do empresário de Jonas, ex-Coritiba, Felipe Pereira ouvir o mesmo da diretoria atleticana, já que a negociação vazou na imprensa.

O experiente jogador que conversou com a reportagem explicou como tudo se deu dentro do CT. “Houve uma reunião. O presidente avisou: a TV não vai divulgar jogos, o valor é muito baixo, não vai dar lucro pro clube. Ninguém pode falar com a imprensa.” O site oficial é usado como meio de comunicação único – e, como toda fonte unilateral, dá apenas uma versão dos fatos.

Outro que resolveu desabafar é um funcionário com anos dentro do Atlético. Sem o contato com a imprensa, vê uma fritura em cima de quem está no Sub-23: “O Arthur Bernardes é bom técnico e boa pessoa. O time é que é fraco mesmo.” Em viagem pelo interior do Paraná nas rodadas do Estadual, a mesma pessoa confessou a pressão dentro do clube para que os profissionais joguem algumas partidas do campeonato. Sem poder expressar livremente e com ordens para que ninguém se relacione com a imprensa, a pessoa confessou ter receio até mesmo em ser fotografada ao lado de repórteres.

Quais os malefícios, afinal, ao Atlético? Toda empresa tem suas diretrizes e o gerenciamento “mão de ferro” da atual diretoria do clube é apenas um entre os tantos métodos de gestão, certo? Quase. Ao se criar um ambiente tenso – seja em função dos maus resultados do sub-23, seja em função das restrições de liberdade – o clube pode sentir os reflexos em campo.

O modelo autoritário inibe a criatividade, ferramenta-mãe em um esporte como o futebol. Os ruídos em comunicação, gerados pelo difícil acesso à informação e pelo descontentamento de quem quer falar, criam tumultos no ambiente. Grupos de atletas são heterogêneos, com muitas diferenças culturais e sociais entre as pessoas que os compõe. Em um ambiente mais aberto, isso já é problemático; que dizer de um local de trabalho com pouca liberdade de expressão?

Por fim, a auto-realização, a sensação de estima e de pertencer a um grupo são propulsores para o sucesso de uma equipe. Em um meio com a vaidade exacerbada como o futebol, onde cada atleta precisa ser mais que o outro dentro e fora de campo, não aparecer é prejudicial; não ser ouvido pelos comandantes é excludente. Como os valores no futebol são muito avaliados pelos resultados em campo, uma sequência de triunfos pode transformar tudo isso em mito, assim como a má fase reforça a tese. No entanto, acima disso, é importante refletir sem a moral torta movida pelos resultados: qual caminho o clube está tomando ao agir assim com seus próprios funcionários?

  • Arremate:

“Uma vitória em um Atletiba encobre muitos defeitos e uma derrota causa problemas que não existem”, disse o ex-jogador e vereador Paulo Rink antes do clássico de domingo. A reportagem acima foi apurada na semana do clássico e pretende discutir algo mais profundo do que um resultado isolado, seja de vitória ou derrota para qualquer lado. Por isso, a publicação dela se deu durante o andamento da partida – basta olhar o horário da publicação.

Paratiba #94: um clássico como há muito não se vê

Empatados na liderança do Estadual em quase todos os critérios (o Coxa está na frente por ter tomado menos cartões amarelos), Paraná e Coritiba duelam pela 94a vez na história nesse domingo, na Vila Capanema, com um equilíbrio de ambições como há muito não se via.

Sem vencer o rival desde 21/02/2010, quando fez 1-0 em Paranaguá, o Paraná aparece como postulante ao título do primeiro turno – e eventual finalista – o que não acontece desde que foi campeão pela última vez, em 2006. A derrota em Paranaguá também foi a última do Coritiba em clássicos em Estaduais. Desde então, o clube se sagrou tricampeão paranaense, com um título invicto em 2011.

Somando-se a tudo isso, em campo estarão dois dos maiores ídolos de cada clube: Alex, pelo Coxa, e Lúcio Flávio pelo Paraná. O leve favoritismo que o Coritiba poderia ter fica aplacado pelo bom início tricolor e o mando de campo, que equilibra as situações.

Para quem é supersticioso, os vídeos abaixo apontam números desfavoráveis ao Coxa. Com Alex em campo, o Coritiba foi goleado no já distante ano de 1997, última vez em que o ídolo coxa-branca encarou o Tricolor. Alex marcou duas vezes, mas não foi o suficiente:

Lúcio Flávio também já enfrentou o Coritiba em outra época. A partida mais memorável foi em 1999, quando o Paraná, então jogando na Vila Olímpica, aplicou uma goleada histórica, com um time basicamente formado por jovens. Entre eles, o próprio Lúcio Flávio:

As goleadas acima, no entanto, não devem ser parâmetro para o jogo deste domingo, que promete ser equilibrado. Na história, são 35 vitórias do Coritiba, 31 do Paraná e 27 empates.

Com ídolos em campo e equilíbrio na tabela, o Paratiba #94 promete resgatar a rivalidade do clássico, que já foi acirrada nos anos 90, quando os times decidiram por dois anos (1995/96) seguidos o título estadual.

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 16/01/2013

Quebra de paradigma

É boa, ao menos no papel, a ideia do Atlético deixar o time Sub-23 no Paranaense e se dedicar a uma pré-temporada maior – incluindo aí uma excursão à Espanha, para um torneio com equipes do Leste Europeu, entre elas o tradicional Dínamo de Kiev, daUcrânia, e o novo-rico Rubin Kazan, da Rússia. Tenho transmitido jogos do Russo e do Ucraniano e são times de nível médio no futebol europeu. O Dínamo chegou a jogar a Champions League nesta temporada e ambos agora estão na Liga Europa. Mas, mais que isso, é a chance de ficar 40 dias se preparando para um calendário inchado. Vale a tentativa. Se na prática funcionará, são outros quinhentos. Até porque a quebra de paradigma inclui a resistência (acompanhada da ignorância) de alguns sobre a ideia, os resultados em campo – que não se negue que derrotas do S23 no Estadual podem pressionar o clube – e a constatação prática de que o elenco principal, ainda sem grandes reforços (apenas o meia-atacante Maranhão) possa ter conquistas em 2013 apenas por uma pré-temporada bem feita.

Similar, não igual

No quesito reforços, não há dúvida: o Coritiba é o melhor time do Paraná nesse momento. Segue estratégia similar a do Atlético, ao avisar que iniciará o Paranaense com uma equipe reserva – ao contrário do rival, o Coxa não assume uma postura de time B, embora o seja. Similar não é igual: entrará antes no Paranaense e, principalmente, buscou peças de ótimo nível para um elenco razoável, que, com poucas mudanças nos últimos anos, fez história dentro e fora do Estado. Reina absoluto há três temporadas no Paraná e, não nos esqueçamos, é o atual bi-vice-campeão da Copa do Brasil. Para 2013, com Botinelli, Deivid e principalmente Alex, a expectativa é que o gostinho de “quase” se torne doce. O clube não esconde que a meta é um título nacional. Depois de duas na trave, ficou mais difícil, com os clubes da Libertadores retornando à Copa do Brasil. Em casa está mais fácil. Olhando o cenário atual, parece que o Coxa vai passear no Paranaense, que começa no final de semana.

Magia de volta

Lógico, não será bem assim. Quando a bola rolar, os favoritismos desaparecem até que os prognósticos se consolidem em resultados. Que não se despreze a volta do Paraná, talvez o clube que mais se importe com a conquista. A aposta tricolor é boa: manteve uma base e reforçou pontualmente. São jogadores rodados, como o atacante Reinaldo e o goleiro Marcos – este, ídolo da casa – que podem fazer a diferença num turno com o Coritiba a meio mastro e um Atlético ‘verde’ em campo. Sobre os jovens atleticanos, ressalte-se: o clube não abandona o campeonato, apenas adota nova estratégia. A força do Londrina, que monta elenco competitivo, com salários em dia, e tem camisa, o caldeirão do Operário em Ponta Grossa e os organizados Arapongas e Cianorte correm por fora. O Paranaense está sim inchado. Precisa ser dinamizado, precisa ser rentável. No Nordeste, os clubes se uniram e resgataram a Copa regional, que dará vaga na Copa Sulamericana. No Sul, cochilo e calendário inchado. Mas, ainda assim, quando a primeira bola balançar a rede do adversário, pode estar certo: tudo que se discute fora de campo dará lugar a um sorriso franco do torcedor. É a magia do futebol de volta: rivalidade, emoção, expectativa lá em cima. E ninguém quer perder, pode apostar nisso.

Abrindo o Jogo – Coluna de 09/01/2013 no Jornal Metro Curitiba

Feito para Alex

Nenhum outro time paranaense é melhor que o Coritiba hoje, antes da largada do Campeonato Paranaense 2013. Foi o único time na Série A 2012, se mantendo entre os grandes, ainda que com dificuldades. Muito por conta disso, foi buscar reforços. O principal, Alex. Revelado no próprio Coxa, vê no Estadual a grande chance de levantar a primeira taça com a camisa alviverde. Reeditará a dupla vitoriosa no Cruzeiro e no Fenerbahçe com Deivid, tem uma equipe competitiva e que, por ora, conta com o melhor elenco – que ainda deve receber o argentino Botinelli nas próximas horas. Depois do Coxa, o Paraná foi quem buscou mais peças. Destaque para o goleiro Marcos – muito embora não se saiba em que forma volta ao Tricolor, num ano em que luta para voltar a figurar entre os primeiros no Estado, após um trágico 2011 e um 2012 de reorganização. Londrina e Operário correm por fora, assim como os sempre competitivos Cianorte e Arapongas. E há a letargia do Atlético.

Ambições distintas

Para o Coritiba, a chance é reeditar um tetracampeonato, feito que o próprio clube conquistou nos anos 70 – igualando o Britânia nos idos de 1910 e o Paraná nos 90. O Atlético nunca passou de um tricampeonato, conquistado na fase dourada do clube, entre 2000 e 2002. O Furacão pode usar um time S23 no Estadual todo – fato ainda não confirmado. Há a filosofia de desprezar o campeonato local, que, convenhamos, está inchado e fazendo hora extra no calendário nacional. Não deve sumir – minha opinião – mas sim ser enxugado, o que é outra conversa. Enquanto isso não acontece, o Atlético, que não reforçou a equipe que ficou em 3º lugar na Série B nacional, perde a chance de entrosar o time para o que ele mesmo apregoa interessar: Copa do Brasil e Campeonato Brasileiro. Fazer pré-temporada maior é uma ótima sacada (Coxa o fará durante parte do primeiro turno), mas ignorar a chance de testar uma equipe que precisa ser melhorada é perder tempo. Vendo as ambições da dupla, lembro o que o hoje técnico do Coritiba, Marquinhos Santos, me disse anos atrás, quando trocou a base do Rubro-Negro pela do Alviverde: “O Atlético forma pra vender, o Coritiba para ser campeão.”

Mudança comportamental

Falo (mais) um pouco de Copa 2014. Segundo o Instituto Ethos, Curitiba está entre as piores avaliações no quesito transparência na conduta do governo sobre o Mundial. A avaliação é estritamente do lado estatal da parceria, excluindo o Atlético de qualquer reprimenda (detalhes em napoalmeida.com). A nota baixa tem como origem, entre outras coisas, na ausência de uma ouvidoria municipal, falta de audiências públicas sobre o destino dos investimentos do PAC e de uma Sala de Transparência, exigida pela Lei de Acesso a Informação. A troca de Ducci por Gustavo Fruet e a saída de Luiz de Carvalho da Secretaria Municipal para a Copa podem significar um novo alento. É preciso que Curitiba desperte, não só para a Copa, mas para a Olimpíada 2016, preparando-se, mesmo tardiamente, para explorar os eventos. Receber delegações, incentivar produção local de artefatos, melhorar hotelaria, estabelecer programas educacionais para mão de obra local e melhorar a imagem do Mundial na cidade, que sequer tem um quiosque para venda de suvenires, é o mínimo que se espera do novo secretário. Quem se habilita? Feliz 2013 pra todos nós.

Frases de 2012

Fim de ano, hora de relembrar as principais frases que marcaram o esporte e o futebol paranaense em 2012 – hora de exercitar a memória e agradecer a todos os peixes que comi durante o ano.

“A FPF tem em seu estatuto a prerrogativa de requisitar o estádio e aí vamos ver o que acontece. A FPF vai cumprir o seu papel”

Hélio Cury, presidente da Federação Paranaense de Futebol, em Janeiro, ao receber a requisição do Atlético para mandar jogos no Couto Pereira.

“Sou sócio do Paraná há 35 anos, já fui duas vezes conselheiro. Não tenho nada contra o Paraná”

Hélio Cury, que teria um Janeiro movimentado, explicando porquê não poderia antecipar o início da Série Prata estadual para adequar o calendário da CBF ao local, como fizeram em Minas (pelo América) e em São Paulo (pelo Guarani). A competição seguiu em maio e o Tricolor chegou a jogar duas partidas em menos tempo que as 48h exigidas pela lei.

“O time está fechadíssimo. Nós montamos uma equipe boa e forte para as primeiras competições”

Ernesto Pedroso Jr., ex-vice-presidente de futebol do Coritiba, em Janeiro.

“Nunca está totalmente fechado. Contratamos os substitutos para o Leandro Donizete [Junior Urso] e Léo Gago [Lima]. Estamos atentos aos pedidos da comissão técnica e oportunidades de contratação”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, rebatendo Pedroso, dias depois. O ex-par de diretoria deixaria o Coxa no decorrer do ano, em função de divergências. Essa foi a primeira.

“O Conselho Administrativo do Coritiba reafirma aos conselheiros sócios, torcedores e a toda nação coxa-branca a sua disposição de lutar até o fim, usando as medidas judiciais cabíveis, para garantir os interesses do Clube e os direitos sobre de suas propriedades”

Nota oficial no site do Coritiba, emitida logo após a requisição do Couto Pereira para o Atlético, formalizada pelo presidente da FPF, Hélio Cury; o Coxa fez valer seu ponto de vista e o rival não jogou no Couto, a despeito da exigência da FPF. Em Janeiro.

“Foi solicitada a cessão por aluguel do Estádio Durival Britto e Silva, somente para o campeonato paranaense, pois, segundo o dirigente [N.B.: Mário Celso Petraglia, pres. do Atlético], para o campeonato brasileiro já acertou a cessão do estádio Couto Pereira”

Nota oficial no site do Paraná, revelando negociações com o Atlético, enquanto corria na justiça a questão sobre o Couto Pereira. O Atlético chegou a disputar 13 jogos como mandante na Vila Capanema.

“Repudiamos a atitude do Paraná Clube, que além de noticiar inverdades sobre a questão (…) tem como objetivo nivelar por baixo Instituições da grandiosidade do Clube Atlético Paranaense e do Coritiba Foot Ball Club”

Nota oficial no site do Atlético, publicada em Janeiro, rebatendo as afirmações do Paraná na nota anterior.

“Será que a Federação pode obrigar o Coritiba a emprestar jogadores também? Isso vai contra o princípio do direito desportivo, que vai contra o direito da própria competição”

Peterson Morosko, presidente do TJD-PR, explicando porque decidiu, em voto-desempate, pela não-obrigatoriedade do aluguel do Couto Pereira ao Atlético, por ordem da FPF. Em Janeiro.

“O Santos ainda deve pensar que aqui é a 5.ª Comarca de São Paulo. Se quer levar, tem preço. Se quer levar, tem de pagar esse preço. Senão não leva”

Vilson Ribeiro de Andrade,  em Janeiro, revoltado com a diretoria santista por ter prometido um aumento salarial ao lateral Maranhão, que seria pago pelo Coritiba, para que houvesse uma troca pelo também lateral Jonas; o negócio não saiu e Maranhão acabou defendendo o Atlético na Série B.

“Usam argumentos fora da realidade atual, do romantismo do passado e escondem como o avestruz sua cabeça na areia”

Mario Celso Petraglia (presidente do Atlético) em Fevereiro, então pelo Twitter, defendendo que os Atletibas tenham torcida única; nos jogos dos turnos do Paranaense, fez valer sua ideia; na decisão, não. E em 2013?

“Sempre acho que não é positivo [torcida única]. Mas se for para evitar maiores transtornos, eu sou propenso a aceitar”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, num dos poucos momentos de concordância com Petraglia, em Fevereiro.

“Era uma área interessante [o Pinheirão], mas inviabilizou-se pelos motivos que todo mundo conhece. O Coritiba hoje não está pensando no novo estádio”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, adiando mais uma vez o sonho de um novo estádio para o clube. O Pinheirão foi arrematado pelo grupo Destro Atacadista e ainda tem destino incerto. Em Fevereiro.

“Quero dar muitas alegrias à torcida”

Rodolfo, goleiro do Atlético, em Março. O ex-jogador paranista chegou a rival para ser titular, mas foi suspenso por doping no começo da Série B.

“Quero voltar para a minha casa, o Coritiba”

Keirrison, atacante do Coritiba, em Março, que pertence ao Barcelona e estava no Cruzeiro. Ele negociou um retorno para tratar uma contusão no Coxa, mas não entrou em campo em 2012.

“Com certeza a torcida do Paraná vai lotar a Vila Capanema. A nossa torcida é muito maior que a do Atlético”

Paulo César Silva, diretor de futebol do Paraná, apostando que o Tricolor levaria mais torcida que o Rubro-Negro em seu jogo da Copa do Brasil, contra o Luverdense, enquanto o Atlético pegaria no dia seguinte o Sampaio Corrêa. Ele ganhou a aposta: 7365 x 4849 pessoas em cada jogo, respectivamente.

“Eu é que tenho que aguentar”

Amilton Stival, vice-presidente da FPF, ao alterar pela terceira vez a tabela da 2a divisão paranaense, em Abril, após mais um conflito de datas com os jogos do Paraná na Série B.

“Eu não sou dirigente covarde, que muda de treinador quando as coisas não vão bem. O Marcelo Oliveira será o treinador enquanto eu for o presidente. O culpado disso tudo sou eu”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, mantendo o pressionado técnico no cargo em Abril

“O Sr.Vilson nos enganou, pois nós confiamos nas palavras dele e, por isso, nada fizemos politicamente para pressionar a CBF. O “homem bom” se revelou um traidor!”

Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, em Maio, dando sua versão dos fatos quanto ao pedido do Atlético pelo Couto Pereira.

“Se Petraglia acha que eu sou traidor dele, me sinto honrado. Trair o Petraglia melhora o meu currículo. Vou ser levado nos braços pelo povo de Peabiru [N.B.: cidade natal de Andrade]. Eu nunca traí ninguém. Eu tenho convicções na minha vida e é o pensamento da torcida do Coritiba”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, em Maio, rebatendo a frase acima.

“O Atlético vai jogar em Curitiba. Essa é uma posição já declarada pelo nosso presidente. Essa situação está nas mãos da CBF”

Mauro Holzmman, diretor de comunicações do Atlético e braço-direito de Petraglia, afirmando em Maio que o clube não sairia de sua sede; o Furacão acabou disputando nove dos 19 jogos como mandante na Série B em Paranaguá.

“É tentá matá essa porra aí!”

Guerrón, ex-atacante do Atlético, em Maio, em jogo contra o Cruzeiro em Minas, pela Copa do Brasil, reclamando dos gols perdidos pelos colegas no primeiro tempo da partida, que acabaria 2-1 para o Furacão, que viria a ser eliminado pelo Palmeiras.

“O si$tema existe independente do resultado! Não deveria estar acontecendo as finais, fomos assaltados pela aldeia!”

Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, pelo Twitter, reclamando da arbitragem nos clássicos com o Coritiba, em Maio. O dirigente queria marcação de impedimento em dois lances de gol do Coxa, que acabaria campeão estadual. Petraglia, seria punido pelo TJD pelas reclamações e abandonaria a rede social poucos dias depois.

“Aprendi que aqui lateral tem de jogar na lateral”

Juan Ramón Carrasco, ex-técnico do Atlético, ao ser demitido sob a alegação de que improvisava demais. O uruguaio ficou no clube até o início da Série B. Em Junho.

“Isso tem que haver; para qualquer manager, qualquer diretor de futebol que tem um conhecimento e tem uma função nessa área e também um cargo que lhe permita essa interação”

Sandro Orlandelli, gerente de futebol do Atlético, assumindo em Junho que as reclamações de Juan Ramón Carrasco, ex-técnico, eram fundamentadas – o que é diferente de justificadas.

“Estou muito feliz e esperançoso”

Ricardo Drubscky, recém-contratado técnico do Atlético, em Junho, antes de saber que mal assumiria o cargo. Naquele momento, ao menos.

“O que?? O Ricardo [Drubscky] ainda está como técnico?”

Jorginho, técnico com passagem relâmpago em Junho pelo Atlético, dizendo que só conversaria com o clube se o cargo estivesse livre, até que foi avisado pelo repórter. Era o mês mais turbulento na Baixada.

“O nosso time é muito fedido”

Jorginho, poucos dias antes de ser demitido, em Julho, após um empate em 0-0 em casa contra o Bragantino, tecendo críticas ao elenco rubro-negro, que seria reforçado a seguir.

“Era uma obrigação nossa, mas foi uma caminhada de difícil. Calendário duro, campos ruins, assim como os horários. Mas esta era a realidade e tínhamos que encarar”

Ricardinho, ex-técnico do Paraná, comemorando o acesso do clube à primeira divisão estadual, quando o time chegou a jogar em intervalos menores que 48h, em paralelo à Série B nacional.

“O Palmeiras e a sua torcida deveriam se envergonhar. Uma arbitragem desastrosa em São Paulo que matou o Coritiba. Hoje, ganhávamos de 1 a 0 e o juiz inverteu uma falta. Por isso eles são campeões”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, em Julho, após a final da Copa do Brasil, reclamando da arbitragem. Foi o segundo vice-campeonato saeguido do Coxa na competição.

“Ninguém tem direito de recusar um clube como o Inter”

Felipe Ximenes, gestor de futebol do Coritiba, falando sobre a proposta para que ele deixasse o clube em Julho. Apesar da frase, Ximenes ficou e ainda negou nova sondagem em Dezembro, além de dizer não à Flamengo e Vasco.

“Tomara que não achem um treinador tão cedo, que demorem muito e que todos que procurem não queriam vir, porque tenho certeza que eu tenho competência suficiente e posso dirigir esta equipe”

Ricardo Drubscky, técnico que conseguiu o acesso com o Atlético, com a interinidade mais longa da história do futebol. Em Agosto.

“Esquecemos como se joga a Série B, porque ficamos 17 anos na Série A”

Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, em Agosto, justificando a má campanha do time naquele momento. Com reforços no elenco, o clube  ‘lembrou’ como se faz para vencer na competição.

“Quando a gente puser o nosso pé no G4 a gente não vai sair mais”

Weverton, goleiro do Atlético, em Agosto, após o time vencer o então líder Criciúma em casa.

“Quero ser o prefeito da Copa em Curitiba”

Luciano Ducci, prefeito de Curitiba até 31/12/12, em campanha eleitoral, em Agosto. O “prefeito da Copa”, no entanto, não compareceu ao debate sobre Copa do Mundo realizado pela ÓTV entre os então candidatos e ainda retirou da pauta pré-eleição a decisão de ajuste de valor para o Potencial Construtivo, essencial para a construção da Arena da Copa.

“Eu trabalho duro para ganhar título e não para agradar torcedor. Se não gostaram, não posso fazer nada. Não vivo para agradar torcedor”

Marcelo Oliveira, ex-técnico do Coritiba, em Setembro, no primeiro sintoma de que ficaria sem clima para seguir no Coxa, ainda comentando perda do segundo título seguido na Copa do Brasil.

“Montamos um time dentro das possibilidades , mesmo com todas as situações financeiras. Chega um momento em que falta. Pedi à diretoria várias vezes. Prefiro, pelo bem do Paraná, sair e que um outro profissional possa dar continuidade ao trabalho”

Ricardinho, ex-técnico do Paraná, ao pedir demissão em Setembro, após um empate em 1-1 em casa com o Barueri, deixando publico pela primeira vez o problema financeiro no Paraná.

“Os jogadores estão no direito deles, mas o que já havíamos falado antes para eles é que estávamos buscando recursos. Esse manifestamento (sic) dos jogadores acabou me fazendo voltar de mãos vazias, mas já estamos resolvendo e eles vão receber centavo por centavo”

Rubens Bohlen, presidente do Paraná, em Outubro, comentando a carta divulgada pelos jogadores que reclamavam de atraso nos salários. Na última rodada do Brasileiro Série B, em Novembro, os jogadores não concentraram nem treinaram alguns dias, pela mesma razão.

“Eu cheguei para o Felipão e disse: vocês vão ser campeões”

Ricardinho, ex-técnico do Paraná, revelando em Outubro um papo com o técnico palmeirense que o comandou na Seleção, logo após a eliminação tricolor, em Maio. O Palmeiras eliminou Paraná, Atlético e Coritiba e foi o campeão da Copa do Brasil.

“Não somos gigolôs do dinheiro público!”

Vilson Ribeiro de Andrade, vice-presidente do Coritiba, durante a festa de aniversário da torcida organizada “Império”, em Outubro, quando selou a paz com a facção e aproveitou a deixa para provocar o rival, parceiro da Prefeitura e do Estado no projeto da Copa.

“Eu não posso ter uma força como você no meu vestiário”

Aykut Kocaman, técnico do Fenerbahçe, explicando em Outubro para Alex porque o barrou no time turco. Alex estava próximo de ultrapassar o proprio Kocaman como maior artilheiro da história do Fener e acabou rescindindo contrato, sendo pretendido depois por Palmeiras, Cruzeiro e Coritiba.

“O Coritiba é minha mãe e o Fenerbahçe, minha mulher”

Alex, meia do Coritiba, resumindo porque decidiu voltar para o Coxa em detrimento de Cruzeiro e Palmeiras, para espanto de muita gente em São Paulo. Em Outubro.

“Eu quero agradecer as orações de vocês. E a minha família, que me apoiou no meu problema e disse: ‘você é a razão da nossa vida e sabemos que o Coritiba é a razão da sua!'”

Vilson Ribeiro de Andrade, presidente do Coritiba, em Outubro, em um discurso emocionado, ao anunciar uma reforma para concluir o terceiro anel de arquibancadas do Couto Pereira, situado na Rua Mauá.

“Será um jogo de cachorro louco”

Weverton, goleiro do Atlético, antes do duelo direto em Salvador contra o Vitória, em Outubro, confundindo um pouco o ditado.

“Nós tivemos que tomar uma posição mais drástica de não concentrar. Agora nós tomamos a decisão de não treinar. Nós comparecemos só. Não jogar está descartado, pois somos profissionais”

Fernandinho, meia do Paraná, anunciando a greve dos jogadores em Novembro, a uma semana do derby com o Atlético, que valia acesso ao Furacão. Ainda assim, Tricolor fez jogo duro e por pouco não ganhou a partida.

“Cumpri minha promessa. O Atlético não pode estar na Segunda, o Atlético tem de estar sempre na Primeira. E daqui para frente, não cai mais!”

Paulo Baier,  meia do Atlético, em Novembro, logo após o suado empate com o Paraná (1-1) que garantiu a volta atleticana à primeira divisão.

“Temos orgulho muito grande que somos o único clube independente, que não tem vínculo com investidor e empreitera. Este trabalho será vitorioso, com muito trabalho e empenho. Vamos ajudar não só o clube e a cidade, como o estado e todo o país”

Mário Celso Petraglia, presidente do Atlético, anunciando em Novembro, num evento em São Paulo, parceria pioneira no Brasil com a AEG, empresa que faz a gestão de Arenas em todo o Mundo, caso do Staples Center, do Los Angeles Lakers.

“Eu me surpreendi um pouco quando eu fui demitido”

Marcelo Oliveira, ex-técnico do Coritiba, confessando em Dezembro que esperava continuar no clube, dada a promessa feita por Vilson Andrade em Abril.

“Vimos, por intermédio desta, manifestar o nosso protesto pela falta de transparência, ilegalidade e imoralidade da engenharia financeira da operação que pretende prover de recursos públicos, na forma de financiamento, a obra do estádio do Clube Atlético Paranaense, por intermédio da CAP S/A”

Nota oficial (mais uma, entre tantas dos três clubes em 2012) no site do Coritiba, direcionada aos políticos paranaenses uma semana antes da votação da adequação de valores dos papéis de Potencial Construtivo, em Dezembro. A nota tem uma incorreção de concordância: o Coxa protesta a falta de ilegalidade e de imoralidade no processo.

“O Coritiba também será beneficiado com a Copa”

Aldo Rebello, ministro do Esporte, em Dezembro, rebatendo a carta publicada pelo Coxa, que considera imoral e ilegal a parceria entre Governos estadual e municipal e o Atlético para a construção da Arena para a Copa; Rebello ainda garantiu que todos os clubes das Séries A e B estão como reservas técnicas: “Basta ter projeto.”

“Ele conhece não só o CT, como também a torcida e a força do clube. Ele aceita um projeto de dois anos, se o clube buscar objetivos como a Libertadores ou títulos. Isso é importantíssimo.”

Jorge Baidek, empresário de Juan Román Riquelme, meia argentino que está nos planos do Atlético para 2013 – em Dezembro. A concorrência com Palmeiras e Boca Jrs. deixa no ar a vinda e a expectativa: Alex x Riquelme no Paranaense 2013? A conferir.

Gostou da retrospectiva? Então volte um pouco mais no tempo e relembre as principais frases de 2011 clicando aqui.

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