Depois de 1 ano e 4 meses, encerrei ontem meu contrato com o jornal Metro Curitiba. Só tenho a agradecer à equipe, que me recebeu muito bem nesse período, em especial à Martha Feldens, diretora de jornalismo e autora da idéia de que eu fosse colunista lá.
A última coluna, que iria estar nos jornais hoje, estava pronta. Mas não houve acerto para continuidade e, por isso, publico-a aqui no blog, que seguirá ativo.
Via de mão-dupla
Petraglia é “ame-o ou odeie-o” – conflito que erroneamente chegou até a imprensa, que deve avaliar temas e não a pessoa. Dito isto, já se antevê mais uma polêmica. No pronunciamento que deu recentemente (entrevista pressupõe réplica e contradição) exibido pelo site do Atlético, disse pretender levar jogos contra grandes de SP, RS e RJ para Londrina, Cascavel e até Brasília. Petraglia, que sempre cobra reciprocidade dos seus torcedores, caso faça isso, atingirá em cheio os cerca de 14 mil sócios – número impressionante de adimplentes após um rebaixamento e dois anos sem estádio. Sob a justificativa de que o clube precisa de dinheiro, pode abrir mão do fator campo (decisivo em 2012) e desprezar o sócio, quem mais apoiou o pior momento da história recente atleticana. O balanço mostra um caixa em dia, saneado. Não há porque o Furacão vender renda para sanear nada. Mais importante: os sócios pagam R$ 70 por mês para ver os jogos. Destes, apenas R$ 10 vão para o borderô – o resto é caixa do clube. Faça as contas. Se não há acordo na cidade – embora haja dinheiro para alugar a Vila, por exemplo – pode se buscar Joinville, como fez o Coritiba em 2010. Resta saber se o pensamento é pró-torcedor ou a articulação já está fechada, com o recado dado nas entrelinhas para ser digerido pelos torcedores durante o Brasileirão. Dúvida: onde anda a associação de sócios do Atlético, criada por Petraglia na gestão Marcos Malucelli?
A Copa, finalmente, em Curitiba
A nova prefeitura promete finalmente explorar a vinda da Copa na capital. Logo depois do Carnaval, a cidade deve iniciar um plano pró-Copa, evidenciando os benefícios que o evento trará a cidade, com ações em comunicação. Para esse ano, estão previstas ações de capacitação de profissionais pensando no turismo na cidade. Haverá visitações a consulados no exterior, de olho na Olimpíada Rio 16. Curitiba quer buscar delegações para hospedagem e treinamento na cidade. Sabendo da rixa que há quanto ao Mundial por conta da rivalidade Atletiba, há também um plano de aproximar mais o Coxa da Copa, incluindo ações na Turquia, explorando a imagem de Alex por lá.
Alex, o midiático
Começam cobranças pelo desempenho nos jogos em que ele atuou – e o próprio reconheceu que não está bem. Já há quem diga que pode ser excesso de exposição na mídia. Exagero. O meia está fazendo o papel que lhe cabe fora de campo e, dentro, é muito cedo para cobrar. Vale o recado: o maior problema para Alex no Coxa antes da volta era o tamanho da expectativa sobre ele. Alex tem lenha pra queimar (ou não seria procurado por tantos) mas é preciso deixar o fogo pegar primeiro.
Lincoln x Botinelli
A entrada que acabou em fratura no treino do Coxa deve ser julgada como acidente de trabalho e imprudência, num primeiro momento. Alguns se apressam em julgar o caráter de Lincoln. Isso é leviano. Se houve maldade, saberemos pela reação dos colegas nos próximos dias, que jamais tolerarão esse tipo de atitude.