(Nem tão) Pequenas doses de informação

Ainda Couto e Atlético

A FPF entrou agora há pouco com seu recurso junto ao tribunal e já pediu um efeito suspensivo sobre a decisão do TJD-PR. Caso consiga, poderá marcar Atlético x Roma, na próxima quarta-feira, para o Couto Pereira. “Nossa idéia é fazer isso o mais rápido possível, para garantir essa rodada”, disse o advogado Juliano Tetto, da FPF. Quem concede ou não o efeito é o STJD.

“Nós já imaginávamos isso, sabíamos que ontem era apenas o primeiro tempo”, disse-me o advogado Gustavo Nadalin, do departamento jurídico do Coritiba, sem querer se aprofundar muito no tema. O clube ainda espera para saber se o efeito será ou não dado pelo STJD. O CBJD não prevê recurso ao efeito, caso seja dado. Trocando em miúdos: se o STJD conceder o efeito, o jogo do Atlético poderá ser marcado para o Couto. Nadalin está no Rio de Janeiro.

Agora, assista a reportagem abaixo:

A última frase do advogado do Atlético, Domingos Moro, no vídeo acima, também é enigmática. O Rubro-Negro não entrou como 3o. interessado na ação e nem poderia fazê-lo se a FPF não recorresse. O Atlético não tinha esse direito; agora tem e aí sim Domingos Moro pode entrar em cena. E teria um dilema pessoal a resolver: é conselheiro vitalício do Coritiba, que nessa disputa seria seu adversário.

Falei com Moro que prefere não antecipar o assunto. Diz que tudo depende ainda da FPF e que no momento certo tomará sua decisão. Fato é que ele mesmo considera antiético ocupar a cadeira no conselho e defender outro interesse nesse caso – que seria o primeiro, desde que destacou-se no direito esportivo, em que teria que trabalhar contra os interesses do Coritiba. Pela conversa, entendi que caso as coisas cheguem a esse ponto, ou ele se afastará do caso, quiça abrindo mão de seu emprego no Atlético, ou renunciará ao conselho do Coritiba. Esperemos.

Ainda sobre o que pode haver no STJD, recomendo esse post de agosto de 2011. Ele explica as razões que podem fazer a CBF requisitar o Couto Pereira para o Atlético nas suas competições, leitura que poderia induzir uma compreensão igual no caso da FPF.

As respostas não devem tardar, até porque a Federação tem homologado duas rodadas por vez. Logo, deverá fazer até amanhã isso em relação aos jogos do meio da semana que vem.

Janguito

Como antecipado ontem no Metro Curitiba, o Atlético entrou em contato com a diretoria do Corinthians-PR para tentar acordo para jogos no Eco-Estádio Janguito Malucelli. Extra-oficialmente, como o estádio comporta 5 mil pessoas mas uma carga de 10% deve ser destinada aos visitantes, comenta-se que o clube pode fazer um rodízio entre os sócios, com distribuição de senhas.

Mas a informação do recurso da FPF pode mudar o quadro. Assim como o método no caso de eventual aluguel do JM ainda está em estudo.

Reforços

Diego Gaúcho já chegou ao Coritiba. Ele não é tratado como reforço, mas será avaliado pelos médicos e também pelo técnico Marcelo Oliveira. Abaixo, um vídeo dele garimpado pelo Léo Mendes Jr.:

Martín Liguera também já está treinando no Atlético, mas seu nome ainda não está no BID.

Nike

Segundo Gustavo Marques, repórter da CBN Curitiba, o evento envolvendo Coritiba, Inter, Corinthians e Bahia, para o lançamento da nova linha da empresa no Brasil, será no Rio de Janeiro no dia 02/02 – e não em 10/02, como havia sido dito anteriormente.

FAQ

Muitas questões tem chegado ao blog ultimamente, dado o volume de assuntos espinhosos. Prometo um FAQ com aquilo que tem em cima da participações de vocês em breve. E agradeço a visita! 🙂

Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 18/01/12

Sucessão de erros

A dúvida sobre onde o Atlético irá jogar é um atestado de incompetência para a gestão do futebol paranaense. Sem exceções. A Copa 2014 é fato na Arena desde maio de 2007, quase 5 anos atrás. Deixou-se para pensar em um palco para o Atlético, que cede seu estádio ao evento da Fifa e da cidade, na última hora. Então, ao invés de os dirigentes sentarem e negociarem sobre como o Couto, que comporta o número de sócios do Atlético, poderia ser usado, buscou-se um recurso jurídico, tentando empurrar goela abaixo do Coxa a decisão. Se a intolerância pelo tema já existia do lado alviverde, aumentou. Com razão. Por outro lado, o Coritiba poderia ter tido menos resistência e, negociando um valor de R$ 100 mil/jogo (especulado nos bastidores), embolsado R$ 7 milhões em um ano e meio. É quase o valor das cotas de TV antes de 2011. Bastava que os caciques conversassem e entrassem menos na rivalidade das torcidas. Ao partir para a Vila Capanema, faltou previsão, já que o estádio ainda carece de laudos. E agora se fala em inversão de mando na primeira rodada, com o Londrina recebendo o Rubro-Negro, para só vir a Curitiba no segundo turno. Se em 5 anos não resolveu-se, haverá solução até lá?

Três lados da mesma história: Atlético

O Atlético tem suas razões ao buscar uma morada, embora seja senso público que o Furacão pinta como o vilão da história. Não é. Colabora com um evento que é da cidade e de um parceiro comercial dela, a Fifa. Não se nega os benefícios que o clube terá, mas também não se pode ignorar o ônus, desde a saída da Arena até a gestão da mesma no pós-Copa. Um estádio padrão Fifa para disputar campeonatos deficitários como o Paranaense não é barato. Buscou refúgio na FPF, mas não encontra solução. E quem vai sofrer? Os sócios: seguirão pagando e não sabem se terão como acompanhar o time. E torcedor apaixonado não vai ao Procon.

Três lados da mesma história: Coritiba

Dinheiro não é tudo e o Coritiba se sentiu ofendido com o rumo que a história tomou. Vilson Andrade não é homem de duas palavras; assumiu, anteriormente, que poderia conversar e negociar no caso, mesmo a contragosto da torcida. O Coxa poderia embolsar um alto valor, valorizar espaços publicitários e movimentar bares e lanchonetes. Mas a imposição via FPF pegou mal. Ninguém aceita esse tipo de decisão goela abaixo. Nesse mesmo Jornal Metro, Vilson disse que não cederia mais. O Coxa se sentiu ferido e buscou seus direitos – terá que seguir buscando, pois está sob liminar. Como a FPF tomou frente no caso, uma conversa com o Atlético poderia acertar tudo. Mas ficou distante. E, convenhamos, não é problema do Coritiba.

Três lados da mesma história: Paraná

O Paraná sempre se colocou a disposição. Está com o estádio parado por três meses – pior: o clube só tem competições após o mesmo período – e um dinheiro faria bem. Foi procurado, ouviu uma proposta e fez outra. Age certo. Negociar é assim: tem que ser bom para ambos. E o que vale para os acima, vale para o Tricolor.

E o futebol?
Dentro de quatro dias, a bola rola. Mas pouco se vê ou sabe dos times, dos artistas que movimentam essa paixão. O noticiário está preso à burocracia. É fácil imaginar o ano de 2012 para o Trio, salvo mudança: o reflexo do que se vê fora de campo aparece no gramado. Me cobrem em dezembro, após o Brasileirão.

*Os tópicos da coluna de hoje são uma referência a máxima de que uma história sempre tem três lados: o seu, o meu e o verdadeiro. E também ao ótimo disco Three Sides of Every Story, do Extreme. Abaixo, uma faixa dividida em três, que dá título ao disco: