Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 18/01/12

Sucessão de erros

A dúvida sobre onde o Atlético irá jogar é um atestado de incompetência para a gestão do futebol paranaense. Sem exceções. A Copa 2014 é fato na Arena desde maio de 2007, quase 5 anos atrás. Deixou-se para pensar em um palco para o Atlético, que cede seu estádio ao evento da Fifa e da cidade, na última hora. Então, ao invés de os dirigentes sentarem e negociarem sobre como o Couto, que comporta o número de sócios do Atlético, poderia ser usado, buscou-se um recurso jurídico, tentando empurrar goela abaixo do Coxa a decisão. Se a intolerância pelo tema já existia do lado alviverde, aumentou. Com razão. Por outro lado, o Coritiba poderia ter tido menos resistência e, negociando um valor de R$ 100 mil/jogo (especulado nos bastidores), embolsado R$ 7 milhões em um ano e meio. É quase o valor das cotas de TV antes de 2011. Bastava que os caciques conversassem e entrassem menos na rivalidade das torcidas. Ao partir para a Vila Capanema, faltou previsão, já que o estádio ainda carece de laudos. E agora se fala em inversão de mando na primeira rodada, com o Londrina recebendo o Rubro-Negro, para só vir a Curitiba no segundo turno. Se em 5 anos não resolveu-se, haverá solução até lá?

Três lados da mesma história: Atlético

O Atlético tem suas razões ao buscar uma morada, embora seja senso público que o Furacão pinta como o vilão da história. Não é. Colabora com um evento que é da cidade e de um parceiro comercial dela, a Fifa. Não se nega os benefícios que o clube terá, mas também não se pode ignorar o ônus, desde a saída da Arena até a gestão da mesma no pós-Copa. Um estádio padrão Fifa para disputar campeonatos deficitários como o Paranaense não é barato. Buscou refúgio na FPF, mas não encontra solução. E quem vai sofrer? Os sócios: seguirão pagando e não sabem se terão como acompanhar o time. E torcedor apaixonado não vai ao Procon.

Três lados da mesma história: Coritiba

Dinheiro não é tudo e o Coritiba se sentiu ofendido com o rumo que a história tomou. Vilson Andrade não é homem de duas palavras; assumiu, anteriormente, que poderia conversar e negociar no caso, mesmo a contragosto da torcida. O Coxa poderia embolsar um alto valor, valorizar espaços publicitários e movimentar bares e lanchonetes. Mas a imposição via FPF pegou mal. Ninguém aceita esse tipo de decisão goela abaixo. Nesse mesmo Jornal Metro, Vilson disse que não cederia mais. O Coxa se sentiu ferido e buscou seus direitos – terá que seguir buscando, pois está sob liminar. Como a FPF tomou frente no caso, uma conversa com o Atlético poderia acertar tudo. Mas ficou distante. E, convenhamos, não é problema do Coritiba.

Três lados da mesma história: Paraná

O Paraná sempre se colocou a disposição. Está com o estádio parado por três meses – pior: o clube só tem competições após o mesmo período – e um dinheiro faria bem. Foi procurado, ouviu uma proposta e fez outra. Age certo. Negociar é assim: tem que ser bom para ambos. E o que vale para os acima, vale para o Tricolor.

E o futebol?
Dentro de quatro dias, a bola rola. Mas pouco se vê ou sabe dos times, dos artistas que movimentam essa paixão. O noticiário está preso à burocracia. É fácil imaginar o ano de 2012 para o Trio, salvo mudança: o reflexo do que se vê fora de campo aparece no gramado. Me cobrem em dezembro, após o Brasileirão.

*Os tópicos da coluna de hoje são uma referência a máxima de que uma história sempre tem três lados: o seu, o meu e o verdadeiro. E também ao ótimo disco Three Sides of Every Story, do Extreme. Abaixo, uma faixa dividida em três, que dá título ao disco:

4 comentários sobre “Abrindo o Jogo – Coluna no Jornal Metro Curitiba de 18/01/12

  1. Paraná e Atlético podem estar sem notícia, mas o Coritiba faz pré-temporada em Foz do Iguaçu. Se você prefere noticiar os problemas que os arrogantes e prepotentes presidentes do CAP e FPF criaram é uma opção sua, mas tem bastante notícia boa sobre o time do Coritiba pra você.

    Curtir

    1. Faz e estamos cobrindo diariamente. A de hoje, não confirmada, é que Rafinha pode ir para o Atlético-MG. Seria mais uma peça perdida – não sei se irá acontecer. Mas o Coxa perdeu duas peças fundamentais, Gago e LD, que ainda precisam ser repostas ou testadas. Até lá, não vejo algo que dê euforia.

      O fato do Coxa estar kliômetros a frente de Atlético e Paraná hoje não quer dizer que fará um ótimo campeonato brasileiro. Pra disputar com o eixo, tem que melhorar ainda mais.

      Abraços!

      Curtir

  2. Sempre será imoral dinheiro público em patrimônio privado. Gente sendo desapropriada de suas casas por um valor insignificante, comparado com a valorização que os terrenos terão após a copa e o metro. Se o atlético se prestou a isso (ninguém foi obrigado a colocar o estádio a disposição da quadrilha da CBF e Fifa) que arque com um pequeno ônus, terá imorais vantagens.

    Curtir

  3. O atlético só está nessa situação por causa do Petraglia,pois quando começou o primeiro boato de copa no Brasil, foi o primeiro a oferecer a arena.Realmente a maioria dos brasileiros tem memória curta,principalmente os da midia,e agora quer colocar culpa na FIFA e no Governo quando quem procurou foi o próprio petraglia guiado por sua arrogância.Desde do primeiro momento falado em Copa o melhor lugar para receber era o Pinheirão,mas como disse antes,por causa do MCP tinha que ser na arena.

    Curtir

Opine!

Preencha os seus dados abaixo ou clique em um ícone para log in:

Logo do WordPress.com

Você está comentando utilizando sua conta WordPress.com. Sair /  Alterar )

Imagem do Twitter

Você está comentando utilizando sua conta Twitter. Sair /  Alterar )

Foto do Facebook

Você está comentando utilizando sua conta Facebook. Sair /  Alterar )

Conectando a %s