
O dono do Atlético recebeu 4759 votos na eleição 2011. Não, leitor, eu não errei a conta: o dono do Atlético é o sócio.
A eleição atleticana ficará marcada como a primeira realmente democrática em um clube de futebol do Paraná – e vale um capítulo a parte. Os paranistas, que reclamaram da diferença entre o sócio olímpico (o verdadeiro sócio) e o sócio torcedor (que, na realidade, compra um “season ticket”) que o digam. Os atleticanos foram às urnas com mais de 50% de votos dos 7680 possíveis.
Mário Celso Petraglia não é o dono do Atlético, diga-se. Até posa-se como fosse – e hoje está referendado para tanto. Isso não o exime de explicar as denúncias da Gazeta do Povo na última semana. Mas também não tira dele o rótulo de quem está reconduzido ao poder por escolha popular. Ademais, o Atlético é um clube privado e se o conselho aprova contas, sem que haja evasão fiscal ou desvio de verba de interesse público, é um problema do clube.
Uma justiça, entre tantas críticas ao autoritarismo de Petraglia, deve ser feita: foi através de um plano dele que a eleição do dia 15/12 aconteceu. O plano de sócios, iniciado na gestão dele com João Augusto Fleury da Rocha, é que proporcionou essa escolha popular. O outro Atlético campeão brasileiro, o Mineiro, reelegeu Alexandre Kalil com 234 votos. Minas, reduto político nacional, invejou o pleito rubro-negro. Vide Twitter.
Se Petraglia levará o Atlético ao topo ou se o clube naufragará, isso é outro assunto. Fato é que ao retomar o poder, Petraglia faz mais que apenas assumir o controle total das coisas do Furacão (tem o conselho, a gestão e a SPE/Arena, que irá gerir a obra): o dirigente retoma a confiança popular.
Há tempos que o Atlético é visto com desconfiança por seus torcedores. A promessa de ser campeão mundial em 10 anos parece distante. Muito mais próxima está a Série B. A partir da posse, o dono do Atlético passará a cobrar o novo presidente.
Mas até então, os atleticanos podem comemorar um feito raro no futebol brasileiro: prevaleceu a vontade popular. Que é apenas de ver um clube vencedor novamente.
Só espero que se cumpra o que foi prometido e estará tudo maravilha. Até pq o modelos empresariais estão aí, para nos dar exemplo, que não pode haver uma centralização de poder.
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Perfeito!!!
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Interessante o tal MCP vir falar em autofagismo curitibano quando é o primeiro a agir como um “canibal do futebol da cidade”.
Todos sabem que o plano dele é: existir apenas um clube em CWB.
O sujeito acaba de vencer uma eleição interna e já sai cantando música ofensiva ao rival. Isto ilustra as atitudes do mesmo e suas falas hipócritas.
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É, a vontade popular que se instala na nossa democracia: vote no que faz mais propaganda.
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Paula Partz falou bem.
Até porque, dizer que foi democrática é uma piada. Mais, a “primeira realmente democrática em um clube de futebol do Paraná ” – que forçação de barra, tentativa de ser primeiro em algo. Porque teve 4 mil pessoas? Quando eram 500, era tão democrática quanto, ou seja, apenas passou de 0.005% da torcida, pra 0.05%.
Nem a do Coritiba daqui 2 anos, se o barco estiver no prumo e contar com 30 mil sócios, será de fato democrática. Ao menos, não mais do que aquela entre o Padre Cirino e o grupo do GG (e Moro), mesmo que com um quorum 100x menor.
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